As subidas que a noite não permite
João Silva
A chegada do inverno marca o fim oficial de alguns percursos.
Uma coisa é ir para zonas com menos iluminação quando o dia está a nascer, como é o caso no verão, altura em que se veem os primeiros raios de luz logo às 05h30.
Com isto, o meu "portfólio" de trajetos fica mais restrito. Procuro sempre alternar rotas, mas entre meados de novembro e de fevereiro, os locais não mudam muito.
Nesta fase do ano, há algumas localidades que não visito tanto. Duas delas são Alcouce e "Tanques de Alcabideque" (a terra só tem o segundo nome, o primeiro foi invenção minha para efeitos de referência.
Quem conhece, sabe que tem ora subidas mais longas pelo meio da serra ora subidas mais inclinadas e explosivas. São bem tramadas de fazer, devo admitir, embora nos ofereçam uma enorme evolução em termos respiratórios e musculares (na zona das coxas fica um empeno bem jeitoso).
Talvez sejam ainda mais especiais por não as poder fazer nas madrugadas de inverno. Além da fraca luminosidade, tenho mesmo de atravessar os espaços, o que me deixa muito medo, confesso.
Resta esperar que passe. Como se sabe, o tempo passa a correr.