As noites não foram más, foram péssimas
João Silva
Esta é uma crónica das primeiras noites lesionado...
No fim da primeira semana lesionado, acabei o primeiro tratamento receitado pela médica (para esse período). Para não viciar o corpo com medicamentos, parei o Voltaren, não tomei paracetamol, nada. Sem o etoricoxib (medicamento receitado pela médica), as dores foram regressando. Chegaram a passar o nível que tinham atingido nas primeiras noites.
A oitava noite que passei lesionado foi horrível (não que as outras tenham sido melhores). A sensação de ardor a rasgar toda a coxa. A irradiação para a zona da virilha e para a parte lombar.
O pico da dor noturna aconteceu na décima noite em que dormi com esta lesão. A minha perna parecia querer sair do corpo. As costas, na região lombar, comiam-me vivo. Todo o esforço do dia (simplesmente o facto de estar de pé e de andar para trás e para a frente e de ter ido às compras) culminou em dores novas na parte inferior da perna. A coxa ardia, parecia que tinha recebido facadas infinitas, o adutor e o glúteo queriam enrijecer à força e nem o calcanhar (com o tendão de Aquiles) escapou. Nessa noite, véspera da segunda ida ao médico, levantar-me de noite para ir beber água era uma tarefa incrivelmente difícil.
Após a segunda ida ao médico, as noites ficaram mais calmas. Ainda assim, as dores não foram embora.
Foram precisas muitas noites para conseguir ter a sensação de me levantar sem dores.
No início deste mamarracho, quando era preciso adormecer o bebé a caminhar pela casa, tudo piorava.
Só em outubro, quando comecei a fazer fisioterapia, é que comecei a ter mais qualidade nas minhas noites.
Durante o dia, como não se pára, tudo é relativizado. Mas durante a noite. Ui, ui!!
Aparece tudo a dobrar!!!