A prova de eleição
João Silva
Terminada a exposição das diferentes formas de correr em cada distância em estrada, venho revelar-vos aquela que é a prova de eleição.
Antes disso, digo o seguinte: para mim, não há melhor prova do que uma maratona. Realiza-me genuinamente. É a resistência humana na sua condição mais pura (sem ir para outros palcos ou contextos). Esse desafio e a disciplina por detrás da preparação de uma maratona são algo que não se encontra nas outras distâncias mais típicas da estrada.
No entanto, em termos de resultado final e de "trabalho para obter tempos", sou obrigado a reconhecer que a meia maratona é a prova perfeita: tem uma grande distância, conta com muitos participantes, requer resistência e gestão de aspetos como abastecimentos e quebras de ritmo. O seu maior trunfo é não ser excessivamente longa. Por exemplo, numa maratona, o corpo fica imensamente desgastado a partir dos 30 km. A produção de lactato leva à perda de capacidade.
Ora, numa meia maratona é possível antecipar e impedir tudo e recuperar rapidamente o ritmo. Além disso, oferece a possibilidade de fazer mais oscilações de velocidade, o que ajuda a um melhor desempenho global.
Como não há o sofrimento extremo, o corpo fica mais livre para gerar nova energia na cadeia de movimentos.
Adoro esta distância precisamente por me parecer equilibrada. Fazer um bom tempo é uma realidade mais próxima.