A parentalidade dá fome
João Silva
Parece uma forma de desculpar a minha gula e de justificar qualquer ingestão acéfala que tenho por hábito levar a cabo.
Ainda assim, não é por isso que trago este texto a exposição hoje.
Ser pai ou mãe é não ter regras, como todos os que o são sabem. Isso afeta a qualidade do sono.
Até aqui, nada de novo.
Como essa afetação, é o nosso sistema nervoso e de autorregulação que sofre.
Este processo vai depois ter fortes implicações na forma como o nosso hipocampo vai regular a nossa fome, o filtro do córtex central e o nosso sono.
Assim sendo, é bastante comum não se conseguir controlar aquilo que se come nem as horas a que se come. Não é gula, chama-se mecanismo de compensação e visa usar a comida como forma de equilibrar as perdas do corpo provocadas pela ausência de períodos mais prolongados e reparadores de sono.
A parte do córtex central foi aqui referida para vincar que o nosso humor e que a nossa capacidade de discernimento sofrem a bom sofrer.
No meu caso, notei muito mais dificuldade para controlar os meus impulsos alimentares. O problema já vinha de trás, mas agrsvou-se claramente com a chegada do Mateus e com tudo aquilo que isso implicou. Felizmente, não foi deixar de comer bem para comer mal, teve, sim a ver com a quantidade de comida ingerida, o que me obrigou a treinar mais para transformar energia em músculo ou, pelo menos, para não deixar que essa energia passasse a gordura pura.
A adaptação e a reinvenção de treinos também não foi nada benéfica a esse nível.
Não consegui dizer que não muitas vezes e perdi as estribeiras outras tantas.
Foi e está a ser um período de grandes desafios e mesmo muito complicado de lidar, mas sempre ouvi dizer que o que não nos mata nos torna mais fortes...quando se entra na parentalidade, o "fortes" também pode ganhar dimensão física.