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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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21
Nov22

A última 4 estações do ano


João Silva

Já lá vai algum tempo, mas no passado dia 13 de novembro corri a última prova 4 estações deste ano.

Foi na Venda da Luísa. Como manda a tradição.

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Fiquei em 30.º lugar num total de 294 participantes, o que me deixou bem nas nuvens, porque este é o percurso mais difícil e porque tinha uma maratona do corpo da semana anterior. Ia na descontra, mas acabei a ligar o animal competitivo que tenho em mim e fui o caminho todo a tentar apanhar o meu colega de equipa Tiago Santos, só que o homem é fera e não se deixou agarrar.

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No meu relógio, o tempo oficial foi de 40 minutos e 50 segundos. O tempo oficial registado na meta (mas nem sequer havia chips nos dorsais) foi de 41 minutos e 09 segundos. Não é o correto, mas aceito na mesma.

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Honestamente, correndo o risco de ser injusto, o circuito 4 estações perdeu algum prestígio nos últimos tempos. Pela primeira vez, vi muito poucos atletas (em comparação). A organização cobrou mais um euro em 2022, mas retirou o chouriço assado no final, por exemplo. Os brindes regrediram. Deram apenas duas barritas no saco inicial. No fim, houve sopa, cerveja e água. Nada mais. O abastecimento durante a prova também foi encurtado. Até os "pontos de fotos". E assim se deixa de participar regularmente no circuito. Ainda me lembro que em 2018 fiz questão de fazer as 4 provas. Agora faço uma ou outra, mas já não uso o circuito como parte oficial da minha época. É pena, porque esta prova tem algum peso na prática desportiva da zona centro.

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01
Abr22

Marasmo provocado pela escassez financeira...


João Silva

Não fiz este post para mostrar que já tive melhores dias em termos financeiros. Escrevi para mostrar três coisas: participar em provas é uma "renda", é importante escolher bem as provas e a vida (desportiva) não acaba sem provas...

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A vida ficou mais cara no último ano e aqui enfrentamos alguns desafios que dificultaram as coisas. Numa fase de instabilidade profissional, chegou o momento em que foi necessário fechar a torneira de financiamento das provas. Para quem não sabe, de um modo geral, a nível amador, as provas são suportadas (salvo exceções) pelos atletas. Se estabelecermos um preço médio de 10€ (normalmente é bem mais elevado), torna-se fácil de perceber que a corrida é um investimento. Mas há muitas coisas mais importantes na vida do que participar em provas.

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Por isso, a grande lição disto tudo é que uma seleção criteriosa de provas pode valer ouro. Entre janeiro e março, fiz cinco provas. Depois fui obrigado a cortar essa "despesa" e fiquei "apenas" com a maratona do Porto em novembro (porque já me tinha inscrito meses antes). À luz do que sei hoje, apesar das boas experiências e dos bons resultados (sobretudo em estrada), não teria participado em três delas. Teria espaçado mais as provas pelo calendário. Se assim fosse, teria conseguido financiar uma grande prova, por exemplo, ou uma prova média e outra mais pequena. Não foi assim, paciência. O que fiz também valeu ouro.

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Por fim, a questão das provas no seguimento de um plano de treinos. Aprendi este ano as vantagens do treino direcionado. Não ter "o sumo" das provas retira, à primeira vista, algum encanto. No entanto, ainda não se paga para correr na rua.

E nem tudo é mau: não ir a provas abre-me a perspetiva de trabalhar com objetivos intermédios volantes (definir, por exemplo, um dia para fazer uma meia maratona em treino, organizar treinos conjuntos longos, etc. ). Acima de tudo, abre-me a possibilidade de estar mais de seis meses a preparar uma maratona. Aumenta a "pressão" de um bom resultado, mas também me dá a melhor ferramenta da corrida: o tempo.

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27
Nov20

"Não é assim também eu" , é mais "assim nem eu queria"


João Silva

Nota prévia: não, não é inveja, não, nada retira mérito aos atletas que conquistaram estas marcas.

Falo dos recordes malucos que foram quebrados nos últimos anos, o mais famoso deles o de Kipchoge na maratona. 

O assunto foi muito falado na altura porque o atleta (sobre-humana) consegui fazer 42,195 km em menos de 2 horas, num evento organizado e orientado pela Ineos. Impensável. Podem saber mais aqui:

https://www.ineos159challenge.com/

O vídeo do momento pode ser visionado aqui mesmo:

Mais recentemente, em setembro de 2020, bateu-se o recorde mundial feminino da meia maratona (era expectável que a atleta ficasse abaixo da 1h!! mas fez 1h04'). No lado masculino, o tempo rondou os 58'.

Podem saber mais sobre o assuntl aqui:

https://www.google.com/amp/s/www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2020/09/05/adidas-estreia-novo-tenis-com-recorde-mundial-da-meia-maratona.amp.htm

E ver os respetivos momentos aqui:

Este episódio de história foi patrocinado pela Adidas, que estreou as Adizero Pro, supostamente mais leves pelas suas placas de caborno.

Genuinamente, são resultados monstruosos. O que eles fizeram não está ao alcance de todos e é por isso que digo que não há inveja da minha parte, há admiração.

Em segundo lugar, devo confessar que me desiludiu, no caso da maratona, o facto de tudo ter sido "artificial" : terreno plano, prova de madrugada, em dia sem vento, percurso indicado a infravermelhos por um carro, grupo de pacers específico para levar Kipchoge até ao ritmo certo, eliminação de rampas no percurso para "facilitar". E assim foi possível o impensável. Mas foi nas condições normais em que todos competem, independentemente de ele ser o melhor do mundo? Não. Houve "mão alheia"!

Da mesma forma, no caso das meias maratonas, fala-se nas sapatilhas com placas de carbono que derrubaram os recordes. Mas foram as sapatilhas ou quem as usava?

No meio disto tudo, quem as usava não teve de se preparar, de estudar estratégias, de trabalhar o corpo nem, e ganhar forma?

Será que vale tudo para associar marcas a recordes e  esquecer quem foi de facto o obreiro dos feitos? Que lógica tem isso?

A meu ver, nenhuma!! Mas gostava de saber o que pensam. 

21
Nov20

Uma laranja longe de estar espremida


João Silva

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Sempre gostei da máxima "não se sai de onde se está bem".

Assim sendo, a lógica mandava mesmo que me deixasse estar.

E assim será : em 2021 continuarei a vestir a laranjinha e a fazer parte de uma equipa onde sinto bem. Além disso, o facto de não ter vestido às cores da Venda da Luísa em 2020 foi algo que me ficou atravessado. 

É verdade que, face à pandemia e às incertezas que lhe estão associadas, tenho medo de voltar a estar em locais de prova. No entanto, alimento a esperança de que já me sinta confortável para competir aquando da maratona de Aveiro, em abril. 

Agradeço o facto de também me querem no seio desta equipa.

E como tenho algumas ambições para as meias e as maratonas, pode ser que 2021 me ofereça mais fotos com as cores laranjinhas. Saudades não faltam. 

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31
Mai20

De treino à sessão de exercício físico


João Silva

Já se passou um mês desde o dia mais feliz da minha vida. 

Os desafios têm sido muitos e bons, embora também muito complexos.

Não vou falar agora disso, haverá um momento para o fazer. 

Ainda assim, como já esperava, a paternidade trouxe uma mudança enorme na minha forma de treinar, que agora virou prática de exercício.

Isto é: o treino com método, com horas à vontade do freguês, disciplina, técnica e método deram lugar à prática de exercício físico quando possível, por um tempo muito mais limitado e apenas destinado à preservação da minha saúde.

Já sabia que ia ser assim e foi por isso que lutei comigo próprio durante meses. Precisava de encontrar uma forma, de ajustar as minhas expectativas, de fazer cair as minhas ilusões. Sabia que o novo "cargo" ia ser mais importante, mas doeu de morte abandonar alguns sonhos pessoais. Talvez um dia, dirão uns, talvez nunca, dirão outros, mas a verdade é que esse foi o meu maior desafio em todo o processo: ajustar-me e não reclamar nem sofrer se faço exercício apenas 1h por dia ou por semana  em vez das habituais 2/3 ou 14/21 respetivamente.

Por isso, agora todos os 10 minutos contam para fazer alguns exercícios, todos os segundos são úteis e importantes para fazer o bem pela saúde e para tentar manter o peso, outro dos aspetos que me perseguem.

Não sei se algum dia voltarei a ter hipótese de treinar como o fiz em quase dois anos. E isso tem o poder de me fazer duvidar de mim e da minha capacidade para voltar a competir. Muitos já provaram que é possível. E é. Mas o meu problema está precisamente aí, em acreditar nisso e em deixar o medo de perder o que trabalhei para conseguir (em termos físicos e psiquicos).

Por agora, questiono a minha vontade/capacidade para competir em novembro na única prova em que ainda estou inscrito. No entanto, se a mesma se realizar, fazê-la em condições físicas precárias não é uma opção, pelo que terei mesmo de analisar. Isso e a eventual persistência do Covid-19.

Não se pode ter tudo, temos de abdicar de umas coisas para conseguirmos melhores, mas, honestamente, gostava de não perder o caminho traçado.

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09
Mai20

1, 2, 3, uma entrevista de cada vez


João Silva

Hoje trago-vos uma pessoa por quem desenvolvi empatia com muita rapidez. Na verdade, fui "interpelado" por ele na sua primeira prova pela nossa equipa, ainda sem o equipamento.

Mais tarde, começamos a conversar sobre duas paixões em comum: desporto em geral e ciclismo. Foram algumas horas, enquanto esperávamos pela nossa vez nos exames médicos. 

Fiquei fascinado com o seu percurso no ciclismo e por ter percebido que tinha encontrado alguém com quem podia falar sobre a modalidade.

Com base nisso, cada encontro (sempre ocasional) era motivo para uma "amena cavaqueira".

E é com base neste percurso maravilhoso que começou no ciclismo e que agora "resvalou" para o atletismo que vos trago hoje o jovem João Nobre.

Fiquem, pois, com o João na primeira pessoa:

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  • Nome

João Nobre

  • Idade: 

29

  • Equipa: 

ARCD Venda da Luísa

  • Praticante de atletismo desde

Comecei no desporto muito cedo e já pratiquei de tudo um pouco: natação, karate, futsal, ciclismo nas vertentes de btt e estrada, onde fiz por duas vezes o calendário nacional completo, incluindo duas voltas a Portugal em juniores e algumas competições fora de Portugal. Em 2009, tive um problema de saúde que me obrigou a parar e acabei por dar outro rumo à vida: estudos, trabalho, família... até que em 2017, através do Cesar Ramalho e do Artur Gândara, comecei no atletismo com umas corridas de 4 a 6 km. Em 2018, comecei a fazer provas curtas e em 2019 cheguei aos 25 km, distância na qual me quero manter para já.

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  • Modalidade de atletismo preferida: 

Trail running. Fora do atletismo: MotoGP e, claro, ciclismo de estrada.

  • Prefere curtas ou longas distâncias: 

Prefiro distâncias curtas, gosto de treinar em estrada mas prefiro competir em terra.

  • Na atual equipa desde

2019

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  • Volume de treinos por semana

O meu volume de treinos depende muito do horário do trabalho, das atividades do meu pequenote e de outros hobbies que tenho, como a música e as motos. Mas ronda sempre 2 treinos e 1 prova por semana, quando não há prova, faço 1 treino mais longo ou mais intenso.

  • Importância dos treinos: 

O treino é 1/3 da preparação de um atleta, tão ou mais importante que a alimentação e o descanso. No meu caso, neste momento da minha vida, a importância do treino passa por afastar as lesões e para me sentir bem comigo mesmo tanto em prova como no meu dia a dia.

  • Se tem ou não treinador: 

Não tenho treinador, a minha vida não me permite ter rotinas para isso, no entanto, aconselho-me com colegas nossos que estão nisto há mais tempo e daí tento seguir o meu rumo.

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  • Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual

As diferenças são as mesmas que noto no ciclismo: antigamente, os treinos eram feitos a sós, hoje existem muitos praticantes. Há mais senhoras, houve o alargamento da idade de desportistas. Penso que vem tudo do trabalho das organizações. Antigamente, a corrida era até à morte, hoje, quem quer ir à morte, vai, mas quem quer apenas tirar prazer da corrida, ganhou o direito de o poder fazer. Basicamente, a diferença é que criaram condições para que todos possamos participar.

  • Histórias insólitas, curiosas ou inéditas: 

Existem muitas, pincipalmente no ciclismo. Por exemplo, uma vez na Volta a Pontevedra de juniores, uma prova conceituada em Espanha, na 2.ª etapa, enquanto trepador, foi-me pedido para eu puxar à morte numa subida de 20 km com o objetivo de partir o pelotão. Assim fiz, mas, quando chegámos ao Prémio montanha, só vinham 6 ciclistas (nunca me tinha sentido tão bem numa prova e ainda por cima eu era júnior de 1.º ano), mas furei a roda de trás na descida e para não perdermos muito tempo trocaram-me logo de bicicleta e arrancaram, mas a bicicleta, que era a do Pedro! A diferença? Eu tenho 1,65 m e ele tem 1,95 m. Fiz 15 km em pé e com o banco a bater-me nas costas.... No trail, a coisa mais estranha que já me aconteceu foi cair 2 vezes em 5 ou 6 metros no Trail de Pereira, mal me levantei, dei duas ou três passadas e pimba outra vez.

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  • Aventura marcante: 

Uma das aventuras que mais me marcaram foi em 2008 na Volta a Alcobaça (prova de 1 dia apenas e em circuito), não aguentei o ritmo dos da frente e fiquei para trás. Os profissionais corriam a seguir e já andavam a aquecer, ouvi uma voz “anda para a roda e descansa um bocado que eu levo-te até à frente”. Quando olho bem, era o SR. Cândido Barbosa, que corria nesse ano no Benfica. Tinha um ritmo no aquecimento igual ao nosso a sprintar. Embora o meu ídolo sempre tivesse sido o Nuno Ribeiro, o Cândido é o Cândido.

Participação em prova mais longa

Fiz duas provas a rondar os 23 e os 25 km. O MUT e uma outra em Cantanhede já em 2020.

  • Objetivos pessoais futuros:

Os meus objetivos desportivos passam por me divertir e manter a saúde. Começo e acabo as corridas sempre com os mesmos objetivos: 1- Acabar sem me lesionar 2- divertir me imenso 3- se possivel, não ficar em último.

  • Como vê o atletismo daqui a 5 anos: 

A ganhar cada vez mais adeptos e mais praticantes. Há que continuar a dar condições para que todos possam praticar!

  • Como se vê no atletismo daqui a 5 anos: 

Tal como estou hoje, que me sirva de escape do dia a dia, me ajude a ter a cabeça no lugar e que, uma vez ou outra, vá quebrando um recorde pessoal aqui e ali. Já agora que continue a dar-me a oportunidade de conhecer pessoas incríveis como tem feito até aqui.

volta a pontevedra 2007 - apresentação de equipa

27
Dez19

Batoteira, fura-filas ou algo que o valha


João Silva

Depois da época natalícia, corremos a passos largos para mais um virar de ano.

Nesta época em que estamos mais propícios às recordações, trago-vos uma história insólita que data da minha última maratona, no passado dia 03 de novembro no Porto.

Ao quilómetro 37, seguia eu de sorriso estampado no rosto quando ultrapassei alguns atletas em maior dificuldade.

Como forma de incentivo, soltei um "vamos lá, está quase" e um "para quem já fez 37 km, o que são 5?".

Perante esta minha observação, uma atleta vira-se e diz-me o seguinte: "para mim são menos que só comecei aos 17".

Não parei, porque não me perdoaria, mas fiquei incrédulo perante aquela desfaçatez.

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E porque digo isto?

Porque a senhora tinha dorsal de maratona, logo estava a participar no evento e não era uma "mera corredora" de domingo e porque é mais comum do que se pensa haver batota nestas provas, algo que me ultrapassa.

O que se pode ganhar com isso? 

E pior: que benefício para quem o faz? É uma espécie de autoengano.

Além disso, parece-me de uma tremenda injustiça dizer-se que se cruzou uma meta numa prova dessas após fazer uma estupidez do género.

Já vos chegaram aos ouvidos histórias de batota no desporto?

Convido-vos a partilhá-las aqui.

27
Nov19

E se não chegar lá?


João Silva

Penso nesta pergunta muitas vezes e, desde há pouco tempo a esta parte, acabo sempre com a mesma resposta: se acontecer não chegar onde quero, tenho bom remédio, tentar outra vez.

Não se trata da definição de tempos, até porque já aconteceu não chegar onde queria e não me restou outro remédio que não "engolir em seco", procurar as razões em mim e, como dizem os alemães, "Mund abputzen und weiter geht es" (limpar a boca e siga). Porque não serve de nada remoer no que quer que seja.

Além disso, há um aspeto que me parece relevante: não sendo profissional, não há a pressão de dinheiro, patrocinadores ou resultados. Porém, falo por mim, há a pressão pessoal. Não se trata de levar tudo demasiado a sério, mas sim de querer evoluir, de querer mais do corpo porque sinto que ele pode dar mais, de manter uma disciplina que ajuda em tudo na vida pessoal e de desafiar os meus limites. E, claro está, os resultados são um indicador disso, mas não passam de um elemento  considerar, não podem determinar por completo se valeu ou não a pena.

Portanto, a resposta mais lógica à pergunta do título é: tentar novamente, persistir sem obstinação, mas com razão, sempre com uma análise equilibrada. Para isso, é importante conhecer o corpo e admitir os erros.

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Nos últimos meses dei por mim a "confessar" mais vezes que não dava, que cometi este ou aquele erro e isso dói porque são falhas cometidas, mas o tempo ajuda a perceber que identificá-las é uma forma de as suprimir e superar.

Nunca aconteceu ter de desistir de uma prova, bem como nunca fui assolado por uma lesão impeditiva. Como ando no limbo físico muitas vezes, certamente que serei afetado e depois terei de saber lidar com isso. De que forma? Ativa, procurando formas de ajudar o corpo, mesmo que seja apenas com descanso e tentar não cometer os mesmos erros. Mas, a meu ver, não há outra forma, o caminho é apenas um: insistir e persistir. 

Como veem a causa?

16
Nov19

Finalmente percebi o vazio


João Silva

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Na altura em causa, optei por não falar nisso, muito sinceramente, para me proteger de eventuais comentários desagradáveis. Sei porque fiquei assim naquele momento e a coisa foi devidamente resolvida.

Já ouviram falar em vazio no desporto? Principalmente no ciclismo é comum. Passo a explicar: é o momento em que um corredor, aparentemente bem e em boa forma, não consegue responder a um ataque do adversário e não sai daquele marasmo. É como se estivesse a pedalar sempre no mesmo sítio.

Na corrida isso também acontece. Na semana de 26 a 31 de agosto, passei por isso três vezes, a última no treino mais longo de 38 km. E o que senti? Primeiro, um dos fatores causadores, não dormi bem nessa semana, muitas preocupações na cabeça. Já acordei meio zonzo. No entanto, aquilo de que falo é haver uma altura no treino em que o corpo continua a correr mas sem desenvolver, parece que não dá sinais de vida durante alguns minutos. Depois passa, mas é muito importante estar consciente e não deixar o cérebro desligar. Como se pode fazer isso? Tentando fazer um sprint ou uma mudança brusca de direção para o corpo acordar.

Aquilo assustou e foi claramente falta de glicose no corpo, senti a marca dos treinos todos daquele mês e daquela semana em particular. E não repus devidamente a energia. Como o corpo não é de ferro, ressentiu-se e, confesso, deixou-me um pouco preocupado para a maratona, mas correu tudo bem. Felizmente.

Já vos aconteceu o mesmo? Como resolveram a situação?

26
Set19

Parar? Só se for no verão, mas agora já não


João Silva

Mais um verão que foi embora. Agora estamos a começar a abraçar o outono. Quente ou frio logo se verá, não me atrevo a fazer previsões.

É certo que não escrevi sobre isso na devida altura, talvez para não correr o risco de ser encorajado a parar.

Ainda em julho, a Miriam escreveu no seu blogue um texto muito bom e exaustivo sobre a necessidade de fazer "resets" ao corpo de tempos a tempos. Um testemunho impressionante por me ter passado a ideia de que me estava a ver ao espelho e por ter sentido que havia alguém numa posição semelhante à minha. O texto pode ser encontrado aqui. Vão lá que vale a pena.

Contudo, o meu texto não vai no sentido do dela, ou seja, não é uma exposição sobre a necessidade de parar e de abrandar, é antes uma forma de explicar por que motivo é comum os corredores pararem durante a equipa estival ou, pelo menos, durante uma parte da mesma.

Começa logo pela questão das temperaturas elevadas e da dificuldade de hidratação. Pode correr mesmo muito mal, se uma pessoa não andar prevenida e não souber ao que vai. Ingerir muita água é crucial, tal como fazer-se acompanhar de isotónicos reais e comprovadamente eficazes para reposição dos eletrólitos e afins.

Contudo, apesar de o calor ser de facto um problema, existe uma razão relativa ao corpo e outra inventada por mim com base na minha experiência.

Nesse sentido, a pausa no verão serve o propósito de fazer o corpo desligar em absoluto, de limpar o ciclo para depois dar início a outro. O organismo não começa propriamente do zero, porque existe memória muscular e sensorial, mas desliga e regenera nas devidas condições, eliminando também o eventual aparecimento de sinais de sobrecarga física ou mental (irritabilidade, ansiedade, falta de vontade, etc.). 

Apesar de nunca parar, percebo a validade e a pertinência do argumento. Como tenho algum receio de uma "recaída" em relação ao meu passado, opto por continuar. Dito de outra forma, mais correta, não páro porque me dá um enorme prazer correr e porque, ao contrário do que seria de esperar, é nessa fase que subo de forma. Consigo treinar muito e bem, sempre com disciplina. Portanto, não é uma "obrigação".

A outra razão para a paragem estival reside no lado canino. São tantos os cães abandonados nessa altura (pelo menos, por estes lados) que acaba por ser mais viável estar longe deles do que chamar a autoridades. É uma parvoíce, reconheço, mas é um "fenómeno" que me irrita de morte. Não se pode estar descansado por causa da irresponsbilidade de algumas pessoas.

Desse lado, alguém fez a dita paragem estival?

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