Repousar ou o flagelo de um "mexilhão"
João Silva
Repouso. A arte de não forçar o corpo para o ajudar a recuperar. Tudo muito belo na teoria. Faz todo o sentido parar a dada altura para depois regressar bem.
O único senão disso é quando o repouso é administrado a alguém que passa muito pouco tempo sentado ou deitado, a alguém que não pára quieto por esta ou aquela razão.
Como não podia correr nem fazer exercício intenso, procurei fazer algumas atividades a pé. Para entreter o filhote, não me neguei a fazer caminhadas com ele ao colo no ergo baby (onde tive dois belos momentos de dores sem sequer conseguir levantar a perna). Em vez de ir de carro ao centro de saúde, fui a pé (mais de 1,5 km para cada lado). Ainda que com muito menos intensidade, fiz estática (a própria médica aconselhou, mas também recomendou calma). Ou seja, parei de correr, mas não parei de fazer exercício. Passei para a estática e para o reforço muscular. Mas não repousei o suficiente. E poderei ter atrasado assim o processo de recuperação.
No entanto, em abono da verdade também é relevante dizer que esse exercício todo ajudou a manter o foco no regresso e que foi útil para recuperar a mobilidade e a flexibilidade.
Numa fase mais avançada da lesão, onde a medicação ajudava mas a dor teimava em não desaparecer, tive de recorrer a sessões bidiárias de alongamentos para ajudar o músculo piriforme.
Já no tratamento de fisioterapia dediquei-me ao reforço muscular e à bicicleta estática. Sempre com o consentimento de quem me tratou. A condição era não provocar dor.