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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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05
Out21

Repousar ou o flagelo de um "mexilhão"


João Silva

Repouso. A arte de não forçar o corpo para o ajudar a recuperar. Tudo muito belo na teoria. Faz todo o sentido parar a dada altura para depois regressar bem.

O único senão disso é quando o repouso é administrado a alguém que passa muito pouco tempo sentado ou deitado, a alguém que não pára quieto por esta ou aquela razão.

Como não podia correr nem fazer exercício intenso, procurei fazer algumas atividades a pé. Para entreter o filhote, não me neguei a fazer caminhadas com ele ao colo no ergo baby (onde tive dois belos momentos de dores sem sequer conseguir levantar a perna). Em vez de ir de carro ao centro de saúde, fui a pé (mais de 1,5 km para cada lado). Ainda que com muito menos intensidade, fiz estática (a própria médica aconselhou, mas também recomendou calma). Ou seja, parei de correr, mas não parei de fazer exercício. Passei para a estática e para o reforço muscular. Mas não repousei o suficiente. E poderei ter atrasado assim o processo de recuperação.

No entanto, em abono da verdade também é relevante dizer que esse exercício todo ajudou a manter o foco no regresso e que foi útil para recuperar a mobilidade e a flexibilidade.

IMG_20210710_055952.jpgNuma fase mais avançada da lesão, onde a medicação ajudava mas a dor teimava em não desaparecer, tive de recorrer a sessões bidiárias de alongamentos para ajudar o músculo piriforme. 

Já no tratamento de fisioterapia dediquei-me ao reforço muscular e à bicicleta estática. Sempre com o consentimento de quem me tratou. A condição era não provocar dor.

 

03
Out21

Entre a esperança e a desilusão


João Silva

Foi assim que vivi o período após o treino de 04 de setembro em que me lesionei.

Percebi logo que aquilo não tinha sido um episódio como outros em que consegui correr apesar de ter dores. Era uma lesão. A lesão que sempre achei que apareceria.

E com isso chegou o medo maior: O de não estar na maratona em novembro. Depois veio a calma e a ideia de que ainda havia tempo até ao dia da prova.

No entanto, comecei a gerar outro pensamento: com esta paragem da corrida ficava sem grandes perspetivas para um grande desempenho.

Até ao dia em que fui ao médico para ser avaliado, ora alimentava a esperança e o espírito combativo ora me deixava dominar pela tristeza e pela desilusão de quem, no fundo, sabia que tinha perdido um sonho que estava a construir.

O primeiro diagnóstico foi uma contratura no glúteo. E, efetivamente, o músculo estava duro e eu não conseguia abrir a perna, por exemplo. Nova ida ao centro de saúde uma semana depois e aí comecei a perceber que tinha um problema mais permanente.

Injeção para aqui, relaxantes musculares e anti-inflamatórios para ali. Nada de corrida, só bicicleta estática e reforço muscular. E repouso. Mais uma grande dose de esperança depois de deixar o centro de saúde. Mais uma dose de desilusão quando tive de lá voltar uma semana depois.

Logo de seguida, mais uma enorme dose de desilusão por não sentir evolução positiva no problema e por ver que a segunda médica percebia pouco do que se estava ali a passar.

Este limbo dos dois primeiros dias estendeu-se às três semanas seguintes.

IMG_20210807_053510.jpg

O desespero tratou de fazer o resto. Diz, quem viveu comigo nesse tipo, que o meu feitio ficou ainda mais detestável.

Gostava de dizer que não tinham razão...

Ao fim de três semanas, ganhei juízo e falei com a equipa. Fui visto na clínica que trata os elementos da ARCD e recebi a notícia de que tinha um bloqueio na zona sacro-ilíaca e uma tensão na banda iliotibial. Este tempo todo sem correr provocou também um encurtamento muscular na perna direita. 

No meio da desilusão de todo este tempo sem saber o que tinha, também houve espaço para a esperança. Tinha mais 2/3 semanas de tratamento localizado.

Esperança no regresso...

 

 

01
Out21

Foi ali que tudo parou (por uns tempos)


João Silva

Estava no penúltimo treino do segundo ciclo para a maratona. Estava no final da nona semana de treinos sem quaisquer paragens. Era dia de treino longo.

Screenshot_2021-09-11-05-59-23-140_com.runtastic.a

Depois de uma noite com um bebé ao colo, comecei com algumas dores nas costas. Nada de anormal, pensei. Já tinha acontecido. O treino não estava a correr extraordinariamente bem.

Ao quilómetro 24 voei no bom sentido. Atingi o ritmo que queria e pensei que o treino tinha valido por aquela ponta final.

Screenshot_2021-09-11-05-59-57-946_com.runtastic.a

Só não consegui prever que aquele seria o último treino de corrida durante algum tempo. Durante muito tempo. Demasiado tempo.

Ainda antes de acabar o treino, perto do quilómetro 27, senti um pequeno desconforto algures entre o glúteo médio e a zona lombar. Não foi nada de mais, mas comecei a sentir dificuldades para correr ao mesmo ritmo.  Quando parei, dez minutos depois, já não consegui andar em condições. A partir daí, fui tendo muitos problemas para mover a perna direita. O ato do pé a tocar no chão era muito doloroso.

Como previsto, fomos visitar os meus pais e senti dores de morte para ter o meu bebé ao colo. Mover a perna em condições era uma miragem. Percebi logo que não iria correr no dia seguinte.

Caminhar era um suplício. Havia movimentos "finos" em que não conseguia mexer a perna. Temi o pior e aconteceu o dito.

Estava longe de saber que aquilo ia comprometer (e mudar) a minha evolução para a maratona do Porto de 2021. Estava longe de tudo, sobretudo, de poder voltar a treinar.

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