Primeiro, esta história insólita só poderia ter acontecido num dia tão especial: 04 de novembro de 2018.
Foi o dia em que corri a minha primeira maratona. Choveu copiosamente. Olhando bem para a grande maioria das histórias curiosas que tenho vindo a partilhar neste espaço, diria que um dos pontos em comum entre todas elas é o facto de ter chovido imenso.
Acabei a prova toda encharcado.
No início, os colegas com quem fui foram inteligentes ao ponto de encontrarem umas espécie de capas plásticas que a organização estava a ceder, prevendo já o que iríamos enfrentar.
A minha esposa ganhou a lotaria: ficou com a dela e com a minha. Ainda assim, isso não a salvou de ficar ensopada. 3h30 à espera do marido é obra. Merece uma estátua e muitos elogios, porque nem toda a gente se prestava a isso. Por essa mesma razão, uma vez mais: muito obrigado, meu amor.
Se a história dela desse dia já foi caricata, pois andou de um lado para o outro para me ver passar, a minha não foi menos.
Já com a medalha de finisher ao peito, vi-me grego para encontrar a "barraca" onde era suposto gravarem a laser o tempo da prova. Era olhar à volta e ver zero, ou, como diria Jorge Jesus: "bola".
Não sei quanto tempo passou, mas sei que a hipotermia me estava a querer fazer companhia.
Fizemos cerca de 1 km para chegar ao carro do Zé Carlos, mas antes foi necessário parar para tomar o café imperativo e uns rebuçados para a esposa. Ela merecia um camião imenso de coisas apetitosas, tendo em conta o que passou.
Beber o café com os dentes a bater no copo só serviu para me aquecer a alma. O corpo teimava em manter-se gelado.
Chegados ao carro, eu não poderia entrar. Jamais ia lá para dentro e molhava o carro todo ao meu colega de equipa.
Solução: ainda se lembram das capas plásticas do início? Exato, a esposa ainda as tinha, tirou-as e colocou-as à minha volta para que pudesse trocar de roupa. É verdade que foi uma excelente ideia, mas não me permitiu fugir ao embaraço de ficar todo nu em plena Invicta e de ter sido confrontado com os olhares de outros atletas que se dirigiam aos seus veículos.
Nunca fui muito envergonhado, mas não deixou de ser uma experiência muito curiosa num dia tão especial.
Acho que numa me vesti tão rápido. E não, não trouxe a capa como recordação.
E já me esquecia: foi a primeira prova que fiz com a camisola da ARCD Venda da Luísa.
Outra particularidade inesquecível.
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