Mais uma dose de parentalidade.
Sempre adorei livros, embora agora leia menos, muito menos. Na verdade, é uma luta para conseguir bocadinhos e ler um livro.
Seja como for, nunca procurei um livro na esperança de que me resolvesse determinados problemas.
Nada disso, nem mesmo antes do nascimento do Mateus. Li dois livros antes do parto e um na viragem para o segundo ano de vida do Mateus.
Um foi geral, o outro sobre colo e sono e o último dedicado apenas ao sono e ao funcionamento fisiológico do bebé.
Este último, da autoria da Dra. Andreia Neves, foi comprado no OLX um mês depois de ter sido publicado nas livrarias!
A mãe que mo entregou a troco de dinheiro tinha desilusão espelhada no rosto e desejou que o livro me ajudasse mais a mim do que a ajudou. Depois fiquei a saber que a filha dela tinha seis meses.
Por muito desespero que se tenha, e tem, posso assegurar, não é numa idade tão precoce que o sono estabiliza. Na verdade, são precisos anos para que isso aconteça. Mas isso não é culpa do bebé X ou do y. É do cérebro humano que demora muito tempo a adaptar-se ao mundo real.
E aquele episódio fez-me pensar. Tive e tenho muitas noites mal dormidas, de stress, situações de desespero quando o meu bebé precisa de duas horas para voltar a adormecer. Tudo isso ainda lá está, mas nunca li um livro de parentalidade à espera que me resolvesse os problemas.
Tudo o que queria era perceber o que se passava no cérebro de um bebé, porque, quando a poeira da frustração por uma noite mal dormida assenta, é necessário ter empatia e compreensão pelo que o nosso filho está a passar. Não há soluções do dia para a noite e os bebés são o exemplo claro disso. É tudo uma questão de não procurar um D. Sebastião em qualquer esquina.