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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

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15
Dez22

Um GPS físico


João Silva

Para correr, uso o GPS do meu relógio e o do telemóvel. Não sendo este último Apple, haverá alguma dificuldade para me localizarem se me perder num treino. Ou pior, caso me aconteça alguma coisa durante a sessão.

É algo em que nunca se pensa, mas pode acontecer. É bastante normal, diria.

Na verdade, tenho a sorte de viver com uma pessoa que pensa muito nessas possibilidades.

Assim, lá descobriu uma forma de me manter "localizável": encontrou uma marca que faz fitas personalizáveis para o pulso.

Chama-se Stickets. Escolhemos o modelo e colocámos os dados que queríamos, nomeadamente, o nome e o número do meu contacto de emergência.

Se não me engano, três fitss custam perto de 10 euros. A primeira durou-me quase ano e meio. Ou seja, rende bem, não se sente no pulso e não provoca lesões.

Não me resolve todos os problemas de um eventual ataque cardíaco, por exemplo, mas permite que alguém dê o meu paradeiro, se me encontrar mal.

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13
Dez22

Tudo tem um tempo, até a definição da personalidade


João Silva

Não sei se trouxe este assunto para aqui, mas há muito que me revejo numa teoria que não é da minha autoria e que ouvi há imenso tempo, nem sei bem onde: aos 20 anos, andamos a brincar às experiências; aos 30, encontramos quem queremos ser e, a partir dos 40, tentamos implementar esses traços. 

Não querendo entrar num prisma demasiado íntimo, centro-me no âmbito desportivo.

Aqui é fácil de perceber que só nos finais dos meus vintes encontrei o que me realiza efetivamente: a corrida. 

Passei por um período de adaptação universitária e profissional que me fez afastar da prática desportiva. Nos sete anos que passei na Auchan, não havia qualquer forma de organizar a minha vida. Talvez também não tivesse a força de vontade necessária. 

Foi preciso bater no fundo em termos familiares, profissionais e alimentares para encontrar na corrida a forma de mudar a minha vida.

E foi assim que entrei nos trintas, com uma nova filosofia de vida e já ciente do que queria definitivamente para a minha vida. 

Ainda estou longe dos quarentas, não sei se conseguirei efetivamente dar continuidade e consistência às minhas ideias, mas, para já, tenho um caminho sólido de seis anos com uma filosofia desportiva bem clara, que passa essencialmente pela corrida. Já sei o que quero e esse foi o maior ganho dos últimos anos.

O ano de 2022 mostrou-me também que consegui atingir um nível disciplina mais adequado ao que considero ideal para atingir os resultados que procuro. Os planos de treino que adotei deram frutos, mas porque segui bem, com flexibilidade e espírito críto.

Também têm bem ciente da altura em que assumiram a personalidade que têm hoje?

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12
Dez22

Proprioceção ou o modo cego do corpo


João Silva

O nome é pomposo e não significa mais do que a capacidade de o corpo se conhecer e se corrigir.

Com o passar do tempo e das repetições de treino, o corpo adquire conhecimento da forma como se posiciona e da postura que adota no exercício. No meu caso, vejo muito isso quando corro no escuro. Já o faço há muitos anos e o corpo habituou-se, já sabe onde deve meter o pé e como me deve manter em equilíbrio. Esta rotina evita que me estrampalhe em alguns trajetos (com algumas exceções, claro). 

Neste momento, o meu corpo já levanta os joelhos a uma determinada altura. Em condições normais, tudo isso é mecânico. Se eu quiser mudar isso, tenho de obrigar o corpo, de lhe mudar e moldar os movimentos, o que demora tempo. Regra geral, é por essa razão que demoramos cerca de seis meses a mudar uma postura de corrida.

Em estrada, este processo é mais comum, porque o percurso também é mais linear e repetitivo.

Um trail tem o lado bom de nos obrigar a estar mais atentos, de não nos deixar cair em hábitos, porque não há serras iguais. Ainda assim, por outro lado, são precisos muitos meses (ou mesmo anos) de treino para que o organismo se movimente sozinho e de forma mecânica pelos trilhos.

09
Dez22

Sabiam que...


João Silva

... são precisos 3 g de água para transformar 1 g de glícidos em energia muscular?

No processo de armazenar energia para uma prova, por exemplo, uma maratona, é importante perceber por que motivo é necessário ter uma excelente hidratação nos dias que antecedem a prova.

A conta que vos apresentei acima é importante para calcularmos o valor de hidratos de carbono necessário para uma boa reserva. Vai fazer falta no dia da prova. Estima-se que precisamos de cerca de 10 g/kg. No meu caso, por exemplo, teria de consumir aprox. 700 g de hidratos (de preferência, complexos, como batatas doces) até à véspera da prova para ter uma boa reserva energética na hora de fazer os 42 km. Isto porque a maratona exige energia permanentemente dos músculos. Como todas as provas de endurance.

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Nunca adorei este método de acumulação de energia nos dias anteriores à prova. Por medo. Por causa do meu histórico de obesidade. Porque isso pode dar a mensagem errada ao organismo.

Mas dado ser tão comum no meio para sobreviver bem a uma prova desta envergadura, perguntou-me muitas vezes se não valeria a pena tentar. Se isso não me iria ajudar a melhorar o meu desempenho...

 

 

07
Dez22

Falta-me o bigode e a fita no cabelo


João Silva

E também faço muitos treinos em subidas.

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Não enfrento resistências da família e não tomo quaisquer substâncias. Ah e não tenho 35 anos. 

De resto, não anda muito longe. 

Já agora, abomino correr de cavas e os meus calções são lisos, não parecem um papagaio. 

Conhecem alguém que encaixe neste perfil? 

 

05
Dez22

Os esquemas de repetição


João Silva

Começa mais uma época, por assim dizer.

O mês de novembro assinalou o meu ponto alto da temporada passada e, ao mesmo tempo, foi o meu ponto de partida para uma pausa da corrida.

Serviu para refletir no que fazer de seguida, para analisar o que fiz menos bem e o que fiz bem, para me inscrever já para novas provas em 2023.

Este arrancar é especial porque vou fazer uma maratona nova em 2023. Vou correr a maratona de Coimbra a 10 de junho.

Assim, este mês de dezembro vai assinalar um iniciar suave e, ao mesmo tempo, um começo já direcionado para junho.

Uma das chaves na maratona passada esteve na repetição de trajetos a nível semanal.

Passo a explicar: não fazia todos os dias o mesmo percurso. Em vez disso, fazia o mesmo caminho em cada dia da semana, à exceção do dia de treino longo.

A ideia de ter um trajeto por dia ajudou a criar estrutura de ritmo no meu corpo. Uma espécie de rotina disfarçada de disciplina.

Não sei se aí alguém também já se preparou para provas dessa forma.

A título de exemplo, posso referir que fazia os treinos de VMA todas as quintas-feiras no campo antigo (ainda em terra batida) do Condeixa.

Os treinos de recuperação eram feitos até ao Intermarché (quartas-feiras) ou na Urbanização Nova I (sextas-feiras).

Um método que irei repetir nesta nova preparação.

03
Dez22

Os novos amigos


João Silva

Com a chegada dos filhos, há um conjunto de mudanças que abraçam a nossa vida.

As realidades mudam em relação ao adulto que éramos antes da chegada deles.

Tão clichê quanto verdade.

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Uma das mudanças está no tipo de contactos sociais e de "amizades".

Primeiro, somos uma espécie de ímanes e de intermediários entre os pequenotes, até porque os nossos filhotes seguem aquilo que fazemos. 

Tenho experenciado isso com o Mateus, que tinha alguma timidez quando era abordado por miúdos ou graúdos. Essa timidez prevalece, mas, na presença de miúdos, já não é vincada, ele junta-se e brinca. Interage. No passado verão, brincou com muitos miúdos e, a dada altura, já tinha uma rotina de "grupo" com quem se relacionava. Naturalmente, como agora sai menos no outono/inverno, isso acaba por resfriar um pouco as coisas.

Nesses casos, nunca o forçámos a nada. Porém, procuramos manter abertura ao diálogo com os outros. Aos poucos, o Mateus sente aquilo como algo tranquilo e começa a abrir-se.

Dá-me genuíno prazer ouvir as conversas dos pequenotes e dar-lhes atenção. E não é só pelo meu filho, é porque é ótimo receber as informações e visões de uma criança. (Quando se está muito neste meio, a dada altura, há o risco de o adulto já não saber quem é, mas isso já são contas de outro rosário e cujos efeitos secundários tenho tentado resolver com acompanhamento.)

Há muito tempo, encontrámos um menino, o Tomás, que falava, falava, falava, brincava e tinha um carro Hotwheels que tinha asas, segundo ele. O Mateus começou por ter algum receio, mas, com o tempo, senti que ele ficou mais comunicativo perante o outro menino. 

Nesse mesmo dia à tarde, o Mateus viu o nosso vizinho, também ele chamado Tomás, a jogar à bola no jardim. Não meteu conversa, mas sorriu genuinamente quando viu o menino. Aquele sorriso era de felicidade, de quem queria ir para aquele espaço. O Tomás acenou-lhe e o Mateus sorriu tanto. Meses mais tarde, estavam a brincar juntos nesse mesmo espaço e o Tomás e o seu irmão Gabriel foram de uma enorme generosidade por acolherem tão bem o meu filho. Este verão, por exemplo, foi uma grande descoberta. Passaram-se assim belos dias de piscina. Além disso, quando o veem na rua, vão sempre à janela para falarem com ele.

E depois do Tomás e do Gabriel veio a Mariana, mais tarde o Rodrigo, tendo-se seguido as duas Leonores, o Pedro, o Martim pequeno, o Martim grande, o Eduardo e a irmã, a Olívia, a Madalena e muitos outros. Com os miúdos, vieram os graúdos "por detrás deles" e isso trouxe belas conversas, belas partilhas de angústias e vontades, formas diferentes de educar. 

Ele vai ganhando novos amigos, mas nós, pais, também vamos tendo uma realidade nova de amigos, diferentes, com outras formas de pensar, mas importantes pelas "balizas" educativas que nos vão trazendo.

 

 

01
Dez22

"Vai trabalhar, malandro!"


João Silva

Há uns tempos, tive de sair para correr muito mais tarde do que o costume. Vejam lá, comecei às 07 horas da manhã!!!! Para quem começa às 05h ou às 05h30, parece tarde.

De um momento para outro, passa uma carrinha por mim com trabalhadores das obras.

Eis que ouço "vai trabalhar, malandro".

Não havia mais peões naquela parte, portanto, foi mesmo para mim.

Já me tinham apoiado, acenado, apitado e abordado para pedir instruções. Nunca me tinham era chamado malandro por estar a fazer desporto a uma hora que nem era assim tão privilegiada.

Mal sabe o autor daquele "piropo" a minha vida. Ainda bem que assim é.

As aparências, as aparências...

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01
Dez22

O primeiro desmame


João Silva

Este foi o primeiro ano em que me lancei ao desafio de parar voluntariamente a corrida.

O quê?? Sim, leram bem. Era necessário. O corpo ficou muito desgastado no último ano, porque os treinos foram muito intensos. Assim, era preciso fazê-lo repousar um pouco.

Aproveitei a maratona de 6 de novembro e decidi fazer o meu primeiro desmame. Em 6 anos!

Durante o referido mês, aproveitei para testar coisas novas, para abrandar. Descansei, meditei muito, pedi a bicicleta ao meu vizinho e fui "ciclar", fiz treinos funcionais novos do Youtube, fiz treinos funcionais de dança, caminhei e fiz natação. No total do mês, corri 7 vezes, três delas em provas.

Se senti falta da corrida? Nem vos digo o quanto, mas faz tudo parte. Aceitei como normal e aproveitei este bocadinho para usufruir de outros desportos que adoro. 

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Achei tão útil este desmame que o farei novamente dentro de um ano.

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