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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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18
Out22

Os básicos da corrida


João Silva

Uma das grandes vantagens do atleta Hélio Fumo é o facto de não se limitar apenas a dar dicas para quem corre em serra, como ele.

Num vídeo curto no seu canal de YouTube, mostra-nos uns pequenos exercícios para melhorarmos a nossa forma de correr. 

São tão básicos e rápidos de fazer que não há desculpa. 

Ora vejam lá se não tenho razão.

 

14
Out22

O foco: a fazer campeões desde 1988


João Silva

Belo ano. Mas, naturalmente, não tem nada a ver comigo.

Portugal conheceu a sua primeira maratonista campeã em 1988. 

Claro, a magistral Rosa Mota.

O que poucos saberão é que esta portuguesa franzina começou esta vitória em 1984, quando foi medalha de bronze também na maratona.

Sim, durante quatro anos, ela não pensou em mais nada. Era aquilo e nada mais do que aquilo. 

Quatro anos é muito tempo para se viver com uma meta destas no pensamento.

Como é que ela conseguiu?

O ideal é ou ouvi-la na primeira pessoa, pois é uma mais-valia que qualquer um pode usar para se preparar para uma dada prova.

Por motivos de direitos de autor, o vídeo em causa só pode ser reproduzido no canal oficial de YouTube dos Jogos Olímpicos:

 

https://youtu.be/mrG2--oaANk

 

 

12
Out22

A "praga" dos Lève-tôt


João Silva

São cada vez mais e, aos poucos, a moda está a pegar. Na verdade, em França, por exemplo, já é uma realidade.

Falo do conceito "lève-tôt", também conhecido por madrugadores. Numa sociedade que nos asfixia cada vez mais com o passar das horas, há pessoas que optam por acordar cedo, bem cedo, de modo a conseguirem algum tempo para si ou para alguma tarefa mais exigente.

Não é fácil, porque acaba por ser um contrarritmo social, uma vez que, por norma, um madrugador se deita muito cedo, quando os outros ainda estão de pé, e acorda muito cedo também, quando todos estão a dormir. Isto numa ótica de não encurtar o sono para ter um dia maior.

Depois de muitos anos num trabalho que me fazia deitar tardíssimo e me deixava de rastos, passei por uma fase em que me deitava pouco depois da meia noite. Sempre gostei de aproveitar o início do dia.

Quando comecei a correr, a exigência dos treinos passou a obrigar-me a deitar até perto da meia noite para estar num brinquinho na manhã seguinte. Os meus objetivos levaram-me a isso.

O nascimento do Mateus acentuou ainda mais essa necessidade: passei a treinar de madrugada. Foi a minha resposta para conseguir tratar do meu filho, estar presente na vida familiar e continuar a correr. Passei a acordar às 05 h da manhã. Cá em casa, aproveitámos o nascimento do Mateus para nos deitarmos com ele. Foi um hábito um pouco doloroso no início, porque implicava ir dormir algures entre as 20 e as 21 horas. Foi uma opção mas também uma necessidade. Com as noites mal dormidas do rapaz, era imperativo aproveitar cada segundo para dormir.

Isto virou rotina e passou a forma de estar na vida. Há relativamente pouco tempo, quando o trabalho começou a apertar mais, tentei trabalhar depois de o Mateus ir dormir à noite. No entanto, continuava a acordar às 05 h para ir correr. Embora não fosse todos os dias, acreditem, é uma dor bem forte deitar às 00h e acordar às 05 h.

Como não me sentia bem com isso, porque acabava a parecer um zoombie, adaptei esta realidade profissional à minha preferência (é efetivamente uma das vantagens de ser trabalhador independente) e retomei a hora de deitar entre as 20 e as 21 h. Para conseguir trabalhar e treinar, passei a levantar-me mais cedo do que as 5 h. Aconteceu muitas vezes acordar às 03h e sair para treinar às 05 ou 05h30. Parece loucura, mas, como o meu corpo descansa seguido, consigo recuperar melhor e, mais importante, ter concentração a trabalhar, um dos aspetos que mais sofriam com o trabalho à noite.

Isto também tem um lado negativo, pois nem sempre me consigo deixar a descansar. Há muitos dias em que não preciso de acordar tão mais cedo do que o habitual, mas o corpo e, principalmente, a cabeça já estão a pensar naquele acordar e não descanso o que devo. Este aspeto tem de ser melhorado. 

Acabo a viver em contraciclo, mas, deste modo, consigo fazer algo por mim e ainda trabalhar antes do acordar do meu filho, uma vez que depois o meu dia é organizado em função dele. Durante o dia é normalmente a Diana quem assume o leme do trabalho.

08
Out22

1, 2, 3, uma entrevista de cada vez


João Silva

Hoje trago alguém que eu próprio não conheço. Essa também é a magia das entrevistas a atletas amadores neste espaço. Gosto genuinamente de saber mais sobre os atletas, porque, em simultâneo, acabo a conhecer a pessoa que calça as sapatilhas para calcorrear os mais variados espaços.

Foi muito bom ficar a conhecer melhor o... Tiago Santos... Spoiler alert: há uma revelação algures no texto que faz deste blogue o espaço certo para o Tiago. Vejam lá se descobrem.

Sigam-me nesta entrevista:

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Nome

Tiago Lopes dos Santos

Idade

42 anos

Equipa

ARCD Venda da Luísa

Praticante de atletismo desde

2007

Modalidade de atletismo preferida:

Trail

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Prefere curtas ou longas distâncias:

Longas, até 80 km.

Na atual equipa desde...

Há 3 anos

Volume de treinos por semana:

Variável, no fundo conforme o tempo livre que sobra da profissão e da família. 2 miúdos pequenos em idade escolar sempre consomem algum tempo.

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Importância dos treinos:

Fundamentais. Sobretudo quando se traça objetivos de tempo/ritmo nas provas. No entanto, mesmo sem estes objetivos, os treinos são a parte "saudável" do desporto - não se fica saudável a correr uma maratona ou uma ultra de 80 km... são pequenas agressões para o organismo. Servem no entanto de motivação para os treinos, e estes sim, devem ser em quantidade e qualidade que permitam melhorias na saúde.

Se tem ou não treinador:

Treinador propriamente não, no entanto, sempre tive "mestres" com quem fiz corridas e treinos e com quem muito aprendi: o saudoso Vitorino Coragem e o José Carlos Fernandes, que aliás foi quem me trouxe para a ARCD Venda da Luísa.

Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual:

Para falar com conhecimento de causa apenas me posso referir ao trail e aqui as diferenças são óbvias. Em 15 anos passou de uma modalidade para curiosos (1-2 provas por mês, realçando as AXTrail series, onde se viam quase sempre os mesmos corredores a participar), até uma massificação da prática, com 4-5 provas todos os fins-de-semana.

Histórias insólitas, curiosas ou inéditas:

Cada prova é em si uma aventura, sobretudo as longas, daí também a minha apetência por estas últimas. Uma das situações mais engraçadas foi uma paragem no Ti Patamar num dos UTAX em que já participei. A meio da prova, que fazia como sempre na companhia do José Carlos Fernandes e também do João Lamas (que viria mais tarde a organizar esta mesma prova), decidimos parar no Ti Patamar para uma hidratação "especial", com direito inclusivamente a tremoços. Nesta altura fomos ultrapassados por algumas dezenas de corredores incrédulos... mas valeu a pena, as forças recuperadas foram determinantes para chegar ao fim da dura prova!

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Aventura marcante:

Todas as provas são aventuras marcantes desde que se tenha a companhia certa.

Participação em prova mais longa:

UTAX 2014, 106 km.

Objetivos pessoais futuros:

Manter minimamente a forma dos últimos anos nos seguintes... um ou outro pódio no escalão seria bem-vindo, mas o mais importante é não ter nenhuma lesão que me impeça um dia de acompanhar os meus filhos em treinos, e quiçá em provas... e não engordar! Também eu fui obeso no passado e o trail foi e continua a ser um incentivo para manter a forma.

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Como vê o atletismo daqui a 5 anos: 

Mais uma vez referindo-me apenas ao trail, acredito que o número de provas e atletas diminua qualquer coisa após o crescimento exponencial recente e que se atinja um patamar de equilíbrio.

Como se vê no atletismo daqui a 5 anos:

A participar em cerca de 6 provas por ano, ocasionalmente, a tentar chegar ao pódio do escalão...

Como é que a COVID afetou a evolução como atleta:

No geral prejudicou, pois tendo filhos pequenos em algumas fases da pandemia não tive possibilidades de sair tanto de casa para treinar. E obrigou-me a recorrer a casas de banho "alternativas" nos treinos longos, pois as que costumava usar encontravam-se encerradas... ainda assim com vontade tudo se consegue!

O que mudou nas provas com a pandemia:

Alguma preocupação acrescida com medidas de higiene, incluindo a questão de não usar copos descartáveis nos abastecimentos, esta última também relacionada com questões ambientais.

Essas mudanças são boas para a modalidade:

Acredito que sim. Sobretudo as que também versam a ecologia. Sem planeta não há trilhos...

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03
Out22

Melhor marca de sempre, insatisfação de sempre...


João Silva

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Começando pelo fim: voltei a uma prova 7 meses após a última. Na altura, as finanças pediam para parar e decidi começar a preparação para a maratona do Porto a 6 de novembro.

Acabei por enquadrar a meia maratona de Leiria de ontem na preparação para o Porto.

Como se vê abaixo, o tempo foi mesmo muito bom. Foi o meu melhor resultado na categoria e fiquei em 63.° num total de 447 participantes. Mas...

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Fiz uma péssima gestão da corrida, a um nível lastimável para o Porto. Comecei muito rápido, com uma média de 14,4 km/hora nos primeiros 30' lá, mas quebrei perto dos 11 km, altura em que passei de 4'10" para 4'11" e, mais tarde, para os 4'14" com que acabei. Estava muito calor, tive de me hidratar imenso em prova, comecei a ter dores abdominais por causa da minha respiração.

O pior ainda estava para vir. Entre os 16 e os 18 km, houve um rapaz que quis esperar por mim e que imprimiu um ritmo demasiado alto. Foi muito para o meu corpo. Tive de dizer que não dava mais para mim. 

Paguei a fatura e cheguei num estado lastimável, ofegante, sem ritmo constante. 

Cruzei a meta com tristeza apesar do melhor resultado de sempre, primeiro porque ando de tal ordem que nada me deixa verdadeiramente feliz por muito tempo. Depois, porque o meu filho saiu da fase das birras e aterrou logo diretamente na dos medos. Sente medo de tudo o que não conhece. Havia barulho por todo o lado naquele espaço e acabei a sentir-me culpado por ele estar ali e por o ter "submetido" àquilo. Enfim, fiquei muito feliz. Só que não.

Acabei por não desfrutar nada, mas adorei o novo percurso. Havia um calor insuportável, não me lembro de alguma vez ter corrido com tanta necessidade de hidratação. 

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Apesar de tudo, foi bom ter encontrado o meu colega Bruno. Parece mesmo que temos um bichinho parecido. São sempre conversas muito agradáveis. Esteve praticamente sempre à minha frente e foi-me servindo de farol. Permitiu-me ir a ritmo para o tentar alcançar. Foi igualmente bom ter encontrado dois elementos da equipa do meu muito estimado João Lima. 

Da mesma forma, foi excelente puxar pelo Veiga, mas ele nem me ouviu da primeira vez. Juntou 10 km à meia e já fez a preparação maior para a maratona. Lá nos veremos no Porto.

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 E a vida segue com mais um mês de preparação para a maratona, sempre a tentar não deixar que a irritação tome ainda mais conta de mim. O stress dos treinos é palpável e natural, junta-se o stress normal do muito trabalho e a inadaptação perante mais uma leva de noites más e de períodos muito intensos de birras, medos e crescimento (não foi uma queixinha, foi um desabafo).

02
Out22

A subida ideal


João Silva

Um dos momentos mais duros numa corrida é o processo de subida, sobretudo, porque são muitos os erros que provocam desgaste, logo lentidão, e cansaço físico (ou lesões).

Tendo sempre em conta que tudo isto tem de ser um processo longo e contínuo de trabalho, deixo-vos algumas dicas da minha experiência pessoal:

Os braços devem mexer de forma coordenada com as pernas. Vão dar mais agilidade e movimento.

Os joelhos devem ser bem levantados (não devem passar a zona da cintura).

O corpo deve assumir uma postura inclinada direita (ou seja, não devem curvar o tronco demasiado para a frente).

Os ombros devem estar descontraídos.

O pé forte deve marcar a entrada na subida e devem sempre aterrar com a almofada do pé e não com o calcanhar (nem nas pontas dos dedos).

Em caso de excessiva dureza ou de subida prolongada, podem e devem recorrer ao ziguezague: passam de um lado para o outro da estrada mas em progressão, não ficam na mesma zona).

Manter uma respiração estável, mesmo quando for necessário inspirar e expirar mais depressa. É importante não se deixarem ficar ofegantes. 

Por fim, deixo aqui um vídeo bem explicadinho sobre como podem subir.

É possível acabar bem e fresco uma subida. Procuro sempre chegar ao topo em condições de acelerar depois. Isso treina-se, mas é preciso dar tempo ao tempo e ir fazendo várias subidas. 

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