Treino interrompido....
João Silva
Esta foi uma sensação que comecei a ter muito desde o nascimento do Mateus. (E que agora regressou mesmo em grande, quase ao nível do nascimento. Ele está a atravessar uma fase muito complicada que terá começado há um mês, quando decidimos abandonar a chupeta para dormir. Falarei nisso lá muito para a frente. Naturalmente, ainda está a tentar encontrar a melhor forma de regular o seu novo sono.)
O nascimento de um filhote marca o fim do controlo que temos da nossa vida. Arriscaria a dizer que, se os dois pais fizerem as coisas de forma equitativa, é mesmo isso. Já não mandamos. Fazemos as nossas coisas e os nossos hobbies quando e se os filhos deixarem.
Uma das piores sensações que tenho é quando o telefone toca a meio de um treino (quando este está a correr bem) e tenho de regressar logo a casa.
Até há bem pouco tempo, o Mateus adormecia ao meu colo. Agora isso mudou um pouco, mas quando tem noites complicadas e não dorme depois das 05 horas da manhã, recebo as chamadas da Diana.
Para que tudo fique bem claro, não me estou a queixar por isso. Faz-se o que é necessário e a prioridade da minha vida é o filho. Mas também mentiria se dissesse que gosto da sensação de treino interrompido.
No início, ficava com o dia estragado. Remoía naquilo, porque ficava com a sensação de ter falhado! O tempo ajuda a curar tudo e lá aceitei. É o que é. E não posso fazer nada.
Se tinha marcado um treino de uma hora e meia e só fiz trinta ou quarenta minutos, pelo menos ainda corri um pouco. Tento tirar o lado bom da situação.
E quando tenho de regressar a casa, se o corpo deixar, procuro tirar o máximo daqueles quilómetros.
E já tive grandes treinos assim!!!
E também aprendi que o pouco representa muitas vezes muito, em termos de treino (e não só). Depende sempre do que fazemos com esse pouco.