Ainda "ontem" fiz aquilo e "hoje"...
João Silva
Quando comecei a ler sobre corrida, deparei-me muitas vezes com a ideia de que correr bem é saber correr rápido e correr lento.
E sabem que mais?
Existe mesmo arte nisso e é algo que só o tempo nos ajuda a perceber.
A resposta está toda na preparação física e mental. Quando se traça uma prova como objetivo, todo o trabalho de treino e de recuperação é canalizado para aquele dia. Portanto, há todo um conjunto de ferramentas que vamos adquirir até lá.
Chegamos lá e transcendemo-nos. Resultados históricos para nós, corpos no auge, hormonas nos píncaros. Nada superou aquilo. Mas foi um dia.
No seguinte, o corpo já não deverá ser sujeito àquele desgaste extremo. Regra geral, também não é suposto.
Aqui é que está a arte. No dia seguinte, quando o corpo está dorido e desgastado, o essencial é recuperar, seja de forma ativa com uma corrida suave ou de forma passiva.
Da mesma forma que "ontem" corri a 3'56"/km, "hoje" tenho de o fazer a 6'00' ou a 6'22".
É normal. É bom que assim seja. Eu também demorei cinco anos a interiorizar esta ideia. Mas até por isso é importante fazer treinos regulares de velocidade.
O corpo pode e deve ser potenciado, não deve é ser explorado.