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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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22
Jan22

Gestão de expectativas e de papéis


João Silva

Antes de voltar às corridas, venho falar de algo que acaba por estar ligado ao blogue.

Refiro-me à paternidade.

Pontualmente vou falando no assunto e, na verdade, é um tema muito importante e pertinente.

Este espaço é sobre deporto, mas tudo desde o nascimento do Mateus acaba por determinar os meus treinos, a sua duração, a sua complexidade. 

Além disso, é importante que os homens falem abertamente de vários aspetos ligados à paternidade.

Num futuro próximo, vou falar muito disso e vou partilhar o meu ponto de vista. Não serão textos seguidos, porque o tema é complexo, mas gostaria de vos ter por aqui.

Até agora todos sabem o que pensa uma mulher genericamente sobre a gravidez. Porém, poucos querem saber o que nós, pais, temos a dizer.

Começo por dizer o seguinte: sou contra a ideia de que os filhos são apenas das mães, ou melhor, que são um assunto exclusivo de mulheres. (Abordarei isso noutro post). Desde o início que penso assim e, felizmente, a minha esposa também.

Penso muito, de mais, sobre os assuntos que me interessam. Quando o Mateus nasceu, dei por mim a ter de reavaliar o meu lugar na família.

Sim, de dois passamos a três e isso muda tudo. É clichê mas é verdade.

Os primeiros momentos são muito duros. Para mim foram. Eu era o centro da Diana e ela o meu. Vivemos juntos  cerca de 11 anos antes de termos o Mateus.

Portanto, quando ele veio ao mundo, foi necessário perceber que deixei de ser protagonista. A prioridade mudou e a dedicação também.

Mais para a frente, percebi que depois tudo encarreira nos trilhos, mas, para isso, é importante que os adultos da relação não se percam. E é tão fácil. 

Custa mas é necessário que o pai dê um passo atrás, que opere em segundo plano. O papel não é menor e a lista de tarefas é bem grande, mas durante muito tempo não vai importar o que sentimos. E isso traz insegurança e medo. Sem que nos transmitam isso, muito pelo contrário, achamos que somos descartáveis (comigo foi assim). 

Nunca fui um pai ausente. Pode soar arrogante, mas mergulhei na vida do meu filho desde o início. Sei o tamanho da roupa, dou-lhe banho, tomo conta dele quase desde que me levanto até que me deito, preparo a sua comida. Não sou mais do que ninguém, mas faço-o. E essa era a minha expectativa, mesmo quando ainda não sabia que tomaria conta dele todos os dias meses a fio. Queria ser esse tipo de pai porque acredito claramente que o Mateus é o meu projeto de vida. Não o sabia antes de ele nascer.

Como sempre fomos um núcleo muito fechado e também devido à pandemia, os primeiros meses foram passados sem ajudas externas. Fomos só nós os três. A rir, a chorar, a celebrar, a sofrer. E aquilo que nos invade nos primeiros meses é tudo menos felicidade infinita. Lamento, mas não vendo esse tipo de sonhos. Continua a ser a melhor coisa do mundo, ser pai ou mãe, mas é o desafio supremo que enfrentamos como pessoas.

Abdicar do nosso eu não é fácil. É um processo. Demora muito tempo até aceitarmos que já não mandamos na nossa vida, que tudo muda de um momento para o outro e que temos de fazer tudo por um ser que chora dias a fio e que não nos deixa dormir.

Bem sei e reconheço isso, mais ainda depois de ter sido pai: as mulheres sofrem muito, uma pressão social absurda e têm de lutar contra muita coisa. Não se espera menos delas do que a criação de um ser humano. Mas isso não é nem têm de ser algo exclusivo delas. Deve e tem de ser partilhado pelo casal! Que lógica tem ser só um a abdicar de uma parte da sua vida quando estão os dois implicados na criação de um ser humano feito pelos dois?!

É por isso que detesto aquelas tretas de dizerem "o meu pai é um héroi" no dia do pai, por exemplo. Apesar de ser algo em mudança, são poucos os pais que se ocupam profundamente da vida dos filhos. Não há heróis. Há dedicação.

Mas, sendo justo, a fase inicial é muito dura de suportar, sobretudo, pela gestão de expectativas e porque estamos todos, os adultos da relação, a lidar com o nosso interior. Demora até conseguirmos perceber qual é mesmo o nosso papel no núcleo familiar. 

Pelas circunstâncias, nós, os pais, somos colocados um pouco à margem (da dedicação). Depois cabe a cada um escolher se fica nesse papel e se se afasta por completo ou se procura ser ativo e mostrar que está presente. Mesmo nos dias em que só lhe apetece desaparecer da face da terra...

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22
Jan22

Sabiam que...


João Silva

...o progresso é filho da intensidade?

Leram bem. A chave da evolução na corrida está na intensidade dos nossos treinos.

Quanto mais intenso melhor. Os músculos são estimulados recebem mais oxigénio e são obrigados a gerar mais. 

Mas, como tudo, há um "gato" nisto: uma enorme intensidade tem tendência a criar um maior desgaste celular e muscular.

Pois é. Pois é, menino João! (Sim, estou a falar de mim). Maior intensidade obriga a maior descanso, porque a chave do desenvolvimento é o repouso e o soninho. 

Quanto mais dormimos, mais tendemos a regenerar (dependendo dos níveis de treino). 

Este é um processo demorado e não é fácil suportar treinos intensos, mas pode começar por pequenos sprints e "abanões" no final dos treinos normais. Isso já vai aumentar a necessidade de resposta do corpo.

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