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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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07
Out21

Tratar de uma lesão

E lamber feridas pelo meio


João Silva

O processo começa por ser mental.

Por muito que quisesse manter a calma, a minha cabeça ia parar sempre ao pensamento de que poderia ter sido o fim. É algo estúpido e nem sequer tenho o direito de me queixar por me ter lesionado (só) agora (também fiz para que não acontecesse mais cedo, importa referir). Há que relativizar.

Depois do pensamento do "fim", veio o pensamento de que os objetivos para esta maratona seriam afetados (e foram). Aqui, tenho de ser sincero, já aceitei a realidade mas parece que vai ser muito complicado recuperar o nível em que já estava (com, por exemplo, 28 km corridos em 2 horas).

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Esta luta mental é a primeira grande barreira para aceitar e enfrentar uma lesão.

Até porque na parte mental também se insere a culpa pelo que aconteceu, mas são, efetivamente, situações que ocorrem algumas vezes sem erros. Porém, não foi o caso aqui.

A tudo isto segue-se a fase de tratamento. Aqui é importante adotar uma disciplina para que nada falhe, senão tudo o resto cai por terra.

O passo seguinte é a recuperação ativa. Sim, recuperar de uma lesão não é "só" esperar a ação do tratamento. Chega um momento em que é preciso fazer alguns exercícios para promover o reforço muscular (quando possível). Mas é preciso deixar vir o tal momento sem o provocar à força.

IMG_20210717_074150.jpg

Neste passo é muito importante ir com calma. É tão importante quanto difícil, sobretudo, quando se é muito ativo e quando se sente muita dificuldade em aceitar o impedimento de dado desporto.

Foi duro para mim. Vivi "no limbo". Ora preocupado porque não via melhorias e o tempo continuava a passar, ora entusiasmado nos momentos em que a dor aliviava.

E aqui tive de me reinventar. Não parei o exercício físico. Talvez devesse tê-lo feito, mas não deu. Não correr deixou-me a ressacar, quase ao ponto de olhar com "inveja" para quem via a correr (a dada altura, virou tristeza). Uma estupidez. Tal como foi o péssimo feitio com que fiquei (quer dizer, o feitio já era mau, acabou foi por ficar ainda pior).

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Sem corrida, concentrei-me na bicicleta estática (a uma velocidade muito muito lenta para não agredir a zona lesionada) e em muitos exercícios básicos de reforço muscular. O objetivo era não perder o máximo possível da forma que tinha.

E, se no início custou imenso arrancar para esta limitação, depois aceitei bem e comecei a redescobrir o entusiasmo com o treino. E porquê? Porque senti o meu corpo a melhorar. O anti-inflamatório etoricoxib estava a fazer efeito e a mobilidade foi aumentando. Mas isto foi nas primeiras noites. Assim que acabei o primeiro tratamento, tinha mais mobilidade mas também mais dores sem qualquer medicação. Mais uma ida ao centro de saúde.

As noites foram a parte mais difícil, porque o primeiro relaxante muscular me fazia sentir dores de morte ao levantar. Parecia que me ia desmontar. O segundo relaxante, por seu lado, acabou por me oferecer noites mais suaves.

Não foi o fim do mundo, há coisas bem piores, mas, quando é connosco, tudo tem um peso diferente. Por isso, é crucial ter cabeça fria para avaliar bem o estado das coisas.

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