Reféns dos patrocínios
João Silva
Isto do desporto é mesmo giro.
Todos dizem que fazer é uma espécie de milagre para a nossa saúde, o que não me atrevo a desmentir.
Além disso, o desporto é tido como um prazer. O que também é verdade.
Mas se tudo isto é uma realidade, onde é que têm lugar as histórias de atletas profissionais que deixam de poder treinar e competir porque perderam os patrocínios?
Alguns perdem as bolsas ou mesmo os patrocínios, porque deixaram de apresentar resultados. Outros ficam sem nada porque se lesionaram e as marcas foram à sua vida. E, como se não bastasse, ainda temos o caso de atletas mulheres que deixam de ter quem aposte nelas porque, veja-se, foram mães.
Cada vez mais recorrentemente, tenho ouvido relatos de profissionais que viram a sua vida cair em desgraça porque as marcas perderam o interesse.
Apesar de saber há muito que a nossa sociedade só valoriza números, e se for dinheiro melhor ainda, não deixo de ficar triste quando percebo que o crédito das pessoas se esgota no dia em que deixam de render. Então e onde fica o legado da pessoa? E onde se esgotam os seus valores morais e o exemo que dá aos mais novos e o caminho desportivo que mostra?
Só vale se ganhar? Recuso-me a aceitar essa ideia.