Ressaca
João Silva
Não vos "trago" álcool.
Falo-vos da ressaca do corpo de cada vez que tem de recuperar de um treino duro.
No último ano senti várias dificuldades com o processo de recuperação. Desde logo, o erro de fazer treinos longos de corrida todos os dias e o de não parar um único dia desde meados de setembro. Isto cria um grande desgaste no corpo (e na cabeça).
Depois desta parte que já dificulta muito a recuperação de uns dias para os outros, vem a maior pedrada: o nascimento do Mateus trouxe algumas noites mais duras, alguns momentos de colo... em movimento.
Passo a explicar: como forma de o embalar, acalmar e adormecer quando ele precisa (e quando eu preciso), caminho pela casa (normalmente, na divisão onde estamos) com o meu filhote nos braços. Isto faz-me passar algumas horas (a mais, em comparação) em pé. Como tal, os músculos mais sacrificados não relaxam e, durante a noite, no processo de restauro do corpo, sinto muitas dores.
Os levantares pós-treinos mais duros são mesmo muito dolorosos. E o início dos treinos é sempre muito penoso. Demoro uns três ou quatro dias a ficar bem. Se, nesse processo, consigo descansar melhor, o dia seguinte a uma noite mais "normal" parece um atropelo de um camião. É algo normal, já que o corpo aproveita para refazer o material muscular danificado pela corrida.
Nada disto foi uma queixa. Esta é a minha realidade agora e é a ela que tenho de me adaptar, mas não duvido de que encontrei um novo conceito de ressaca.