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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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29
Nov20

Ao arrastão também lá chegas, mas...


João Silva

Esta é uma daquelas coisas que nos deviam ensinar quando começamos a correr: a postura.

A colocação da coluna ligeiramente inclinada para a frente como um todo e não apenas o peito, a cabeça a olhar em frente, os joelhos levantados ao nível da cintura a cada passada e os pés a aterrarem por inteiro no chão e não apenas com as pontas dos dedos.

Estes são fatores absolutamente imprescindíveis para se ter um desempenho de excelência.

Com o cansaço e o tempo de corrida, temos tendência a deixar cair a cabeça, a curvar o peito para a frente, a deixar cair os ombros e, aqui é que está o que procuro para este texto, os joelhos já não levantam. Começamos a arrastar os pés e, naturalmente, a passada fica mais curta, demoramos mais e geramos mais cansaço. 

Portanto, um dos grande trunfos da corrida está em ter os joelhos levantados ao nível da cintura. No início, parece pouco natural e podem achar que estão a fazer figuras estranhas, mas rapidamente verão resultados. 

No meu caso, procurei começar a tomar mais consciência do momento em que os joelhos deixam de levantar tanto. Com o treino e o tempo, as coisas começaram a melhorar e agora lembro-me sempre de levantar os joelhos quando já me estou a arrastar. Melhora muito a última fase da corrida. Nas maratonas, é uma enorme ajuda. 

Um dos exercícios para isso é levantar alternadamente os joelhos até ao peito (gradualmente conseguem chegar lá perto, importante é ser acima da cintura). Outro muito útil consiste em tocar com os calcanhares no rabo, pois também alarga a amplitude da nossa passada. 

Por fim, digo-vos ainda que esta é uma das grandes diferenças entre corredores africanos e europeus. Por norma, eles abrem mais a passada, dão menos passos, mas cobrem uma maior área. Observem um corredor africano e vejam onde vão parar os joelhos em cada movimento. É também isso que os ajuda a correr mais rápido. 

Já mesmo mesmo a terminar, deixo-vos com um vídeo que vos ajuda a perceber melhor o alargamento da passada pela subida dos joelhos. 

 

Moral da história: ao arrastão também lá chegas, mas... 

27
Nov20

"Não é assim também eu" , é mais "assim nem eu queria"


João Silva

Nota prévia: não, não é inveja, não, nada retira mérito aos atletas que conquistaram estas marcas.

Falo dos recordes malucos que foram quebrados nos últimos anos, o mais famoso deles o de Kipchoge na maratona. 

O assunto foi muito falado na altura porque o atleta (sobre-humana) consegui fazer 42,195 km em menos de 2 horas, num evento organizado e orientado pela Ineos. Impensável. Podem saber mais aqui:

https://www.ineos159challenge.com/

O vídeo do momento pode ser visionado aqui mesmo:

Mais recentemente, em setembro de 2020, bateu-se o recorde mundial feminino da meia maratona (era expectável que a atleta ficasse abaixo da 1h!! mas fez 1h04'). No lado masculino, o tempo rondou os 58'.

Podem saber mais sobre o assuntl aqui:

https://www.google.com/amp/s/www.uol.com.br/esporte/colunas/olhar-olimpico/2020/09/05/adidas-estreia-novo-tenis-com-recorde-mundial-da-meia-maratona.amp.htm

E ver os respetivos momentos aqui:

Este episódio de história foi patrocinado pela Adidas, que estreou as Adizero Pro, supostamente mais leves pelas suas placas de caborno.

Genuinamente, são resultados monstruosos. O que eles fizeram não está ao alcance de todos e é por isso que digo que não há inveja da minha parte, há admiração.

Em segundo lugar, devo confessar que me desiludiu, no caso da maratona, o facto de tudo ter sido "artificial" : terreno plano, prova de madrugada, em dia sem vento, percurso indicado a infravermelhos por um carro, grupo de pacers específico para levar Kipchoge até ao ritmo certo, eliminação de rampas no percurso para "facilitar". E assim foi possível o impensável. Mas foi nas condições normais em que todos competem, independentemente de ele ser o melhor do mundo? Não. Houve "mão alheia"!

Da mesma forma, no caso das meias maratonas, fala-se nas sapatilhas com placas de carbono que derrubaram os recordes. Mas foram as sapatilhas ou quem as usava?

No meio disto tudo, quem as usava não teve de se preparar, de estudar estratégias, de trabalhar o corpo nem, e ganhar forma?

Será que vale tudo para associar marcas a recordes e  esquecer quem foi de facto o obreiro dos feitos? Que lógica tem isso?

A meu ver, nenhuma!! Mas gostava de saber o que pensam. 

25
Nov20

Coleção aumentada


João Silva

A malta da Decathlon deve achar que eu faço coleção das sapatilhas  de corrida deles, mais propriamente da gama Active, e com preços a rondar os 25 euros. 

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Pois se acham, têm todos os motivos para continuarem a lançar novas cores. 

Desta vez, fui para um dark blue, condizente com a hora a que saio de casa para treinar.

Podem consultar as características técnicas delas aqui:

https://www.decathlon.pt/calcado-homem-active-azul-esc-id_8559090.html

Nada mudou de umas para as outras. Pelo menos, este já é o meu 7.° ou 8.° exemplar. Em 4 anos.

Não tendo de me explicar, como já disse neste espaço, não compro sapatilhas caras. Não só porque preciso do dinheiro para outras coisas como também porque corro uma média que ronda os 500 km por mês. Logo, estaria sempre a investir forte. Não é suposto, não me posso dar a esse luxo e o dinheiro tem destinatários mais importantes. 

Dito isto, adoro esta nova cor e recomendo inteiramente numa gama baixa de preço. 

23
Nov20

O mês de outubro visto (não muito) ao longe


João Silva

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"Ops, I did it again!", já cantava a outra.

Ainda assim, este "did it again" foi uma enorme surpresa.

Em agosto tentei chegar aos 700 km, em outubro, não me passava pela cabeça.

Os meus horários de treino mudaram um pouco e também foi necessário alterar alguma duração. A vida familiar a isso obrigou. No entanto, mais do que tudo isso, os motivos prendiam-se com a necessidade que senti de implentar um plano de treinos mais disciplinado para fazer a segunda maratona em treino numa condição superior à primeira.

Posto isto, durante todo este mês, não liguei ao número de quilómetros, embora suspeitasse que pudessem ser novamente elevados.

Com os treinos longões a sério a ficarem para o fim de semana, cheguei ao dia 30 de outubro com 665 km.

Uma coisa levou a outra e mesmo sem as melhores sensações de um treino longo, lá consegui tocar novamente na marca dos 700 km. 

Se me perguntarem o que é preciso para correr tantos quilómetros, terei de usar uma frase do ciclista João Almeida: "é tudo mental. O sofrimento físico está lá sempre, a cabeça é que manda no resto".

21
Nov20

Uma laranja longe de estar espremida


João Silva

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Sempre gostei da máxima "não se sai de onde se está bem".

Assim sendo, a lógica mandava mesmo que me deixasse estar.

E assim será : em 2021 continuarei a vestir a laranjinha e a fazer parte de uma equipa onde sinto bem. Além disso, o facto de não ter vestido às cores da Venda da Luísa em 2020 foi algo que me ficou atravessado. 

É verdade que, face à pandemia e às incertezas que lhe estão associadas, tenho medo de voltar a estar em locais de prova. No entanto, alimento a esperança de que já me sinta confortável para competir aquando da maratona de Aveiro, em abril. 

Agradeço o facto de também me querem no seio desta equipa.

E como tenho algumas ambições para as meias e as maratonas, pode ser que 2021 me ofereça mais fotos com as cores laranjinhas. Saudades não faltam. 

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19
Nov20

A mudança de uma vida (e para a vida?!)


João Silva

Faz hoje, dia 19, precisamente 4 anos que mudei por completo a minha vida. 

Após tanto escrever e falar sobre o assunto, já não há nada de novo a acrescentar sobre o facto de me ter visto livre de um problema e de ter encontrado um rumo pessoal.

E é no fundo isso que fica no meio de todo o processo de perda de peso: ter baixado de 118 kg para 66 kg de forma gradual e sustentada com a corrida foi, ao mesmo tempo, encontrar um rumo para mim, não a nível íntimo nem profissional, mas sim a nível de imagem de mim próprio.

Embora ainda hoje lute contra imagens que me ficaram na cabeça e contra hábitos de pensamentos autodestrutivos, a minha vida mudou. Tenho e devo aceitar isso. Fazer as pazes comigo, porque não preciso de estar sempre em guerra interna. Esse é o lado negativo do processo. É preciso chegar a vias de facto com o nosso eu mais escondido, o que dói e deixa marcas.

Passado todo este tempo, ainda vivo com medo de deitar por terra tudo aquilo por que passei e de perder a minha maior vitória: ter encontrado o eu que estava lá bem no fundo e que sempre desejou ser assim. Fugi, em passo de corrida, de tudo isso e sinto-me agora mais estável e maduro do que há doze anos, quando enfrentei algo semelhante, mas não consegui que a mudança aguentasse mais de seis meses.

Agora já lá vão quatro anos. Talvez pelo que aconteceu em 2007 ou 2008, ainda sinto que posso resvalar. Porém, agora tenho duas armas fortíssimas que não tive na altura: uma esposa que me apoiou e apoia ferreamente em todo o processo e um vasto conhecimento de estratégias para lidar com ataques e fragilidades que me põem em causa. 

Dizem que uma mudança tem tendência a perder-se e a ser revertida ao fim de dois anos. Felizmente, tenho lutado para que assim não seja e já lá vão 4 anos desta nova realidade. 

E é por acreditar que este sou mesmo eu e que isto que agora sou sempre foi aquilo em que me quis tornar que alimento a esperança de não perder esta mudança, que tanto custou (a mim e à minha família mais chegada). 

Vou continuar a ter fantasmas dentro de mim, mas também vou continuar a ter a minha maior qualidade: força de vontade. Espero e desejo que esta última faça dissipar todas as dúvidas em relação áquilo que sou.

Se tenho medo? Sim, sempre me acompanhou em todo este processo de reeducação alimentar. Se pensei em recuar? Algumas vezes, sem dúvida. Porém, até agora nunca deixei que nada disso me inibisse na minha missão interior.

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17
Nov20

Aquela prova revivida IV


João Silva

Termino esta sequência de belos momentos de 2019 com uma prova que, muito honestamente, nem queria fazer.

Queria era ficar em casa. Ainda assim, a contragosto, lá fui até à Venda da Luísa. 

Na ressaca da maratona, pensava que aqueles 12 km que constituíam um novo percurso das 4 Estações iam custar horrores. 

Uma vez mais, enganei-me e, uma vez mais, consegui acabar aquela prova com um excelente resultado: 12 km em 52 minutos. Era um excelente indicador para o campeonato distrital em março de 2020. Este era um dos objetivos deste ano, por causa da pandemia e da gravidez do Mateus. Talvez em 2021.

A juntar a tudo isto, foi dia de foto de equipa, de muito convívio e risada e ainda de muitos reencontros. 

Foi a última vez que competir numa prova. De lá para cá, só treinos. Muitos. 

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15
Nov20

Em estrada, na serra ou na areia...corrida e reforço muscular


João Silva

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Já vos falei algumas vezes do grupo francês Dans la tête d'un courreur. Na verdade, conheci o projeto por mero acaso, mas não larguei. Ouço regularmente os podcasts e vejo os vídeos que lançam no YouTube. 

Só num país tão grande e com tamanho gosto pelo desporto seria possível ter um projeto assim a vingar. Tanto assim é que já vão na terceira temporada e agora com episódios semanais. Incrível! 

No verão passado, Fred, o treinador de atletismo no Stade de France, fez vidéos muito úteis sobre como se pode treinar em terrenos como estrada, serra e areia e ainda wir "ferramentas" podemos utilizar para fazer exercícios simples (mas muito importantes) de reforço muscular. São coisas práticas e muito rápidas mas que podem fazer a diferença. 

Deixo os links abaixo, onde poderão ver os vídeos em causa e ler toda a explicação que Fred dá para cada exercício. 

Qualquer simpatizante de corrida (e de desporto "rápido" ) vai querer dar uma olhadela... 

https://danslateteduncoureur.fr/comment-sentrainer-en-ville/

https://danslateteduncoureur.fr/comment-sentrainer-en-foret/

https://danslateteduncoureur.fr/comment-sentrainer-a-la-plage/

 

 

13
Nov20

À atenção da FPA


João Silva

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Já alguém tentou correr de máscara?

Eu tentei em Coimbra, em pleno mês de abril, quando me foi barrado o acesso à maternidade.

Subi e desci o Cidral com o dito objeto e asseguro que é aterrador.

Portanto, está fora de questão fazer provas com esse objeto, na minha opinião.

Não sendo uma possibilidade, apraz-me referir um opção em que pensei para permitir o regresso, ainda que condicionado, de provas com vários ajuntamentos de pessoas.

Não tenho qualquer tipo de influência junto da federação de atletismo do nosso país, a FPA, pelo que, caso alguém tenha e esteja a ler isto, se quiser, pode expor a minha proposta.

Outro ponto prévio é o facto de a minha opção não ser infalível, implicar perdas financeiras e de não conseguir arranjar solução para todos os problemas. 

Ainda assim, as dificuldades atuais para todas as pessoas do setor organizativo das provas são imensas, pelo que é preferível amealhar alguma coisa, mesmo que menos do que o costume. 

Em termos de Trail, já há segmentações atualmente, pelo que a única sugestão seria restringir o número de atletas, dando primazia aos federados e com base em tabelas classificativas. Limitando o número de participantes, seria mais fácil de perceber eventuais cadeias de contágio, já que não se torna viável criar uma bolha no atletismo amador como já acontece no futebol ou no ciclismo profissional. Pura e simplesmente, não há estrutura federativa para suportar esses custos e esta modalidade, tirando os Jogos Olímpicos, não traz rentabilidade aos canais televisivos. Portanto, seria acreditar na boa fé dos atletas e no cruzamento dos dados entre as federações regionais e os clubes. Precisamente por isso é que falo em dar preferência aos atletas federados. 

Pegando agora no caso do atletismo em estrada, acho mesmo que esta seria a altura ideal para reestruturar tudo e criar um sistema muito mais aliciante. 

Se funcionasse, seria assim:

Primeira fase apenas com provas concelhias (quatro ou cinco) que seriam disputadas apenas pelos atletas amadores federados dos clubes locais, havendo depois a possibilidade de inscrever algumas pessoas na caminhada. Exemplo: limite de 300 ou 400 atletas e 100 ou 150 caminhantes. 

Do somatório dos pontos dessas provas, sairiam os 50 melhores corredores que iriam disputar mais quatro ou cinco provas, desta feita, a nível distrital. Portanto, cada concelho teria direito a apresentar 50 atletas ou, no caso de haver muitos concelhos, um número significativamente mais reduzido. 

Em cada uma dessas provas, haveria possibilidade de deixar entrar 100 caminheiros externos e sem qualquer federação. 

Terminada esta fase distrital, os 20 melhores de cada distrito iriam disputar 5 provas a nível nacional, com a organização a cargo de entidades mais experientes e que assegurassem o cumprimento de todas as normas. No caso dos caminheiros, adotava-se o mesmo esquema referido anteriormente. 

 

Este grupo final teria, desde logo, presença assegurada num campeonato de meias maratonas, com uma prova desta extensão a ser realizada em cinco capitais distritais selecionadas com base num ranking, que daria a possibilidade de mudar as cinco cidades a cada ano. A este grupo, juntar-se-iam mais uns mil atletas federados, cuja entrada seria assegurada em função das pontuações dos cinco melhores distritos. 

O mesmo mecanismo serviria para as maratonas, que, sendo três (norte, centro e sul), poderiam eventualmente permitir mais uns 400 atletas "externos", sem federação. 

No fundo, haveria menos participantes, claro, mas os contágios ficariam limitados, os clubes veriam rentabilizados os investimentos nos processos de federação dos atletas e o setor não parava. 

A solução não é mágica, como disse, mas parece-me que daria um toque interessante a tudo isto, mesmo em tempo Covid-19. 

 

 

11
Nov20

A oitava maratona com direito a melhor tempo em treino


João Silva

Fiz de propósito para antecipar o texto de ontem. Tinha-o agendado para mais tarde, mas perderia a relevância. Porquê? Porque fui incoerente entre aquilo que disse e o que fiz.

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Rapidamente: disse que não tinha interesse em provas virtuais. E fiz uma maratona no passado domingo inserida no evento maratona virtual do Porto. Mantenho a minha ideia em relação a esse tipo de provas. Contudo, aqui é fácil de explicar porque fui contra mim: há mais de três meses que tinha decidido que ia fazer duas maratonas até aí final do ano. Fiz a primeira no início de setembro e já tinha agendado a segunda para novembro, para a terceira semana.

Se tudo estivesse normal, teria ido ao Porto fazer a minha quarta maratona oficial. Quando soube da hipótese de fazer uma maratona virtual com direito a medalha, aproveitei, contribuindo assim também um pouco para ajudar os organizadores. 

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Indo agora à prova em si, foi um sonho, apesar do muito vento, da chuva constante e da dureza. Fiz os 42,500 km todos dentro do concelho de Condeixa e posso assegurar que mantive distanciamento social (já que às 05h30 da manhã não há ninguém na rua e estava a correr sozinho). 

Esta foi a oitava vez que corri uma maratona (4 oficiais e 4 oficiosas em treinos) e foi uma das melhores provas de que o treino é 90% do resultado final.

Numa preparação que esbocei para 5 semanas, recuperei a estabilidade na minha passada, consegui ganhar cadência e passar para ritmos mais elevados durante mais tempo. Tudo isto graças aos treinos de séries, aos fartleks, aos treinos longos e de subidas. 

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O início da "prova" foi um pouco duro, pois demora sempre até encontrarmos um ritmo que não seja exageradamente elevado para não quebrarmos logo.

Perto da 1h30 já consegui ter a noção do que poderia acontecer, ritmo forte mas ainda confortável e já na ordem dos 5 minutos por quilómetro.

Entre os 20 e os 24 km senti que havia algum cansaço mas, curiosamente, consegui aumentar o ritmo. Nesta fase, já tinha feito o meu abastecimento de sólidos (banana) e notei melhorias no desempenho.

A partir dos 26 km, foi subir como gosto: pegar bem na subida de início e ganhar cadência, sempre sem prejudicar a postura. E porque falo da postura? Porque a partir dos 30 km, o cansaço toma conta de nós e a nossa tendência é dobrar costas, baixar a cabeça, não subir tanto os joelhos. Tudo isto prejudica.

Aproveitei muito bem a fase de descida, com a postura correta e sem tornar a passada pesada, e aqui esteve um dos grandes trunfos para ter chegado bem fisicamente aos 37 km. A partir daqui, manda exclusivamente a cabeça e eu sabia que estava tão próximo de conseguir um bom tempo que acabei por canalizar isso a meu favor.

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Cheguei ao fim da maratona com o melhor tempo em treinos (segundo melhor a nível global), novamente abaixo das 03h30 e ainda com alguma frescura física.

IMG_20201108_090259.jpgDepois de um pequeno ciclo de recuperação, vou iniciar uma nova preparação com mais um plano intenso. A grande felicidade deste resultado está em saber que normalmente tiro entre 10 e 20 minutos ao tempo de treino quando estou em competição. O sonho está mais próximo de se concretizar.

Faço ainda uma boa referência ao facto de ter vestido a camisola da Venda da Luísa pela primeira vez este ano (que bem me soube) e pelo facto de ter encontrado o José Carlos e a Sara (colegas de equipa pelo caminho. Sim, estes dois "malucos" andavam a fazer o mesmo que eu. Parece uma espécie de esquadrão das maratonas. 

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