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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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30
Nov19

1, 2, 3, uma entrevista de cada vez


João Silva

MIUT - 42 Km 2018.jpg

Foto: Trail MIUT (Madeira), 42 km em 2018

A pessoa que vos apresento hoje neste espaço chama-se Carla e é minha colega de equipa. Só a conheço há um ano, mas posso dizer, sem quaisquer problemas, que é das pessoas por quem mais sinto empatia. É daquelas coisas que não se explicam, mas o facto de ela ser muito simpática e comunicativa é, sem dúvida, um elemento que me cativa.

Além disso, embora não conhecesse o seu desempenho anteriormente, tem "ar" de guerreira. Dá-me a sensação que, do ponto de vista desportivo, atravessou uma fase menor crença nas suas capacidades. Depois de ter "renascido das cinzas", a Carla é hoje uma atleta que transpira confiança e é isso que mais me surpreende. Quer tenha sido com ajuda de familiares, amigos ou treinadores, quer tenha sido por "vontade própria", é agora alguém que "voa" em provas duríssimas e que, por isso, posso afirmar, me enche e à equipa ARCD Venda da Luísa de enorme orgulho.

A juntar à festa, reúne algumas características parecidas às minhas e também sofre com ansiedade antes de provas duras, grandes e importantes. 

Vamos, pois, conhecer a Carla na primeira pessoa:

Primeira Prova Ultra - Ultra Trail de Conimbriga S

Foto: Primeiro Ultra trail no Ultra Trail de Sicó (Conímbriga)

  • Nome

Carla Patrícia Romeiro

  • Idade

45

  • Equipa

ARCD Venda da Luísa

  • Praticante de atletismo desde

Sempre gostei de praticar desporto, apesar de não ser numa vertente “séria”, no fundo, sempre gostei de movimento. Quando era miúda/adolescente tinha apenas a rua para brincar com as minhas amigas, algumas bonecas, uma bicicleta e pouco mais. Na escola inscrevia-me sempre nos corta--matos. Agora, assim atletismo, dito desta forma séria e a praticar com alguma regularidade, só mesmo desde 2015.

  • Modalidade preferida

Não desfazendo de todas as modalidades existentes, a minha predileta, de eleição, sem dúvida, é o Trail Running. Desconhecia por completo esta vertente do atletismo, até que, através do meu primo Sérgio Lúcio, que era um adepto e praticante desta modalidade, descobri a sua existência. Foi ao ler as publicações que ele fazia que me despertou a curiosidade e vontade de experimentar, receosa claro, pois, para mim correr 10 km era quase um limite intransponível.

  • Prefere curtas ou longas distâncias

No início, quando comecei esta aventura, jamais me passaria pela cabeça realizar uma prova de Ultra Trail. Era quase surreal, algo extremo. No entanto, fui aumentando gradualmente as distâncias das provas até que experimentei os 54 km do Sicó, distância mais longa feita até agora. Fiquei fã e hoje prefiro, sem dúvida, alguma as longas distâncias. Fazer uma longa distância em Trail funciona para mim como uma terapia e as provas longas dão-nos esse privilégio, raramente vou com o tempo contado. Tenho tempo para pensar em tudo e em nada, chegando ao final com a mente limpa, ou quase limpa. Tenho tempo de “panicar”, de acalmar, de morrer e ressuscitar. Tenho tempo de fazer novas amizades, de conversar e de conhecer os meus limites.

  • Na actual equipa desde

2017

  • Volume de treinos por semana

5/6 treinos (dependendo da vontade)

UTAX - 25 km - 2016.jpg

Foto: Trail UTAX, 25 km em 2016

  • Importância dos treinos

Os treinos são importantes para que mantenhamos o corpo activo. Os nossos músculos funcionam como se tivessem cérebro e para tal precisam de ser estimulados e treinados para que o nosso organismo não sinta um choque demasiado grande ao ter de enfrentar distâncias e dificuldades maiores ao que se está habituado.

Quando se pensa em realizar provas mais exigentes, ou tentar atingir um patamar mais elevado, considero que deve existir um plano de orientado e trabalhado especificamente para tal, de acordo com o objectivo de cada um, para se poder evoluir, melhorar e evitar lesões.

No meu caso, a existência de um plano de treino ajuda-me a ser disciplinada, a sentir-me “responsabilizada” a ter de treinar, porque às vezes nem apetece, está frio, está calor, etc . E também porque me permite ter outra dinâmica, outra performance quando participo em provas, evitando que as termine com a sensação de frustração, exaustão e desgaste superior ao necessário.

  • Treinador

Acho que treinador não é bem o termo, porque para mim treinador é aquela pessoa que acompanha pessoal e presencialmente os nossos treinos. Mas tenho um “orientador”, o Miguel Baptista da WRT Running coach, excelente profissional, amante do Trail, que me organiza os planos de treino, me “puxa as orelhas” sempre que necessário e que, principalmente, me ajuda a melhorar todos os dias, treino após treino.

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Foto: 42 km no MIUT

  • Diferenças existentes entre atletismo passado e actual

Nunca pratiquei outro tipo de atletismo anteriormente. Não faço ideia de como era no passado, mas, pelo que via, o atletismo tinha muito poucos adeptos praticantes, principalmente de trail. Hoje em dia, e há cerca de dois anos a esta parte, há uma emancipação da modalidade, principalmente, devido à organização de pequenos grupos que se juntam para correr pelas ruas e também a um grande aumento de realização de provas. Apesar de a modalidade de trail não ser recente, só há pouco tempo é que começou a ganhar adeptos, e na minha opinião funciona um pouco por modas.

  • Histórias insólitas, curiosas ou inéditas

Acho que não tenho… não me lembro...só se forem as vezes em que me perco durante um prova porque vou sempre no mundo da lua.

  • Aventura marcante

A maior parte das provas que realizei marcou-me de uma forma ou de outra. Na sua maioria, pela positiva. Pelos locais por onde passei, pelas experiências durante a sua realização, pela capacidade de superação e de evolução. A minha primeira prova de 25 Km, o UTAX, foi uma realização, foi o atingir de algo que pensava ser intransponível, mas, sem dúvida, houve uma que me marcou mais: foi o Trail do Piodão em 2019, distância de 52 Km, com condições climatéricas adversas, muito frio, neve, granizo e trovoada.

Quando tenho uma prova assim, um pouco mais longa, por norma, costumo ficar com “borboletas na barriga”, ouço os comentários de outros atletas acerca da prova e começo a pensar nas dificuldades e tudo me parece medonho. No Piodão, este ano, devido às condições climatéricas que se faziam sentir nesse dia, entrei em pânico interiormente. Morria de medo de entrar em hipotermia e de ter de desistir. Durante toda a prova apanhámos mau tempo, trovoada, queda de granizo, vento muito forte, nevoeiro cerrado e neve. Os últimos 10 km foram feitos com muita queda de neve e não se conseguia ver mais de 1 metro à nossa frente. Deixei mesmo de sentir as mãos. Foi de facto uma prova desafiante. Um desafio ao medo e à superação.

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Foto: Trail de 25 km em São Miguel, Açores

  • Participação em prova mais longa 

Ultra trail de Conimbriga 54 Km

  • Objetivos pessoais futuros:

Inscrevi-me novamente na ATRP e pretendo fazer o campeonato Ultra, não com qualquer tipo de objectivo competitivo, mas simplesmente para concluir. Quero desfrutar das provas, de preferência, diferentes das anteriores. Quero superar-me a cada prova, a cada participação. Quero tentar ultrapassar limites que para mim possam ser intransponíveis. Gostava muito de fazer uma prova de 3 dígitos, acho que a maioria de nós mais tarde ou mais cedo quer realizar, mas a longo prazo . Para já, talvez fazer uma prova no país vizinho, uma daquelas que nos faz “panicar” a sério.

  • Como vê o atletismo daqui a 5 anos

Daqui a 5 anos espero ver muito mais gente a praticar esta modalidade, mesmo que seja só por hobbie. É sinal que as mentalidades estão em plena mudança para uma vida saudável e ativa.

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Foto: 35 km no Trail de Santa Justa

  • Como se vê no atletismo daqui a 5 anos

(Gargalhada) Daqui a 5 anos, entro no F50 (feminino, 50 anos). Espero continuar a correr, fazer provas marcantes, épicas, não com grande velocidade…mas também desejo muito continuar ativa e ser exemplo para muitas pessoas. Há uns anos conheci (não pessoalmente) uma senhora, que entretanto já faleceu, e que aos 70 anos ainda praticava trail endurance. Ela tinha uma disposição fantástica, via o trail com uma simplicidade e adorava fazer longas distâncias. A Analice foi uma mulher que me inspirou e me despertou este desejo de superar a inércia. Portanto daqui a 5 anos, ainda sou uma menina (gargalhada) e gostava muito de ser como a Analice.

Ultra Trail do Piodão 2019.jpg

  • Porque existem tão poucas mulheres a fazer atletismo e porque há tão poucas em provas de grandes distâncias?

Eu acho que o número de mulheres a fazer atletismo está a aumentar cada vez mais. No que se refere a provas de longa distância ou de endurance, de facto, o número é muito reduzido. Uma prova de longa distância/endurance não é feita por qualquer atleta, requer bastante treino, dedicação, e, como diz o Canais (elemento "veterano" da nossa equipa), uma grande percentagem de força psicológica (atributo que, valha a verdade, nós até temos bastante). Todos estes fatores são muitas vezes constrangidos pela indisponibilidade pessoal e familiar das atletas. Um facto é que o número tem tendência a aumentar e há muitas probabilidades de o sexo feminino vencer o masculino (sorrisos).

Ultra Trail do Piodão- 2019.jpg

  • Existem diferenças de tratamento em relação aos homens?

Se existem, nunca me dei conta de tratamento diferenciado. Pode sempre existir, mas isso não é só no atletismo. Agora quando uma mulher participa numa prova, faz o mesmo percurso, a mesma distância e o mesmo grau de dificuldade que um atleta do sexo masculino. Não somos mais beneficiadas nem temos a vida facilitada por sermos do sexo feminino. E também nunca senti desprezo ou um tratamento inferiorizado por essa razão.

28
Nov19

Fecha ciclo, abre ciclo


João Silva

Terminada mais uma maratona, a terceira oficial, tenho pela frente uma tarefa muito exigente: fechar o ciclo. Ou seja, é chegada a fase do desmame, que mais não é do que uns dias dedicados a descansar o corpo, a não correr e a deixar tudo assentar. Porquê? Porque o organismo precisa de descomprimir e de libertar tudo o que sofreu nos meses anteriores. Ter objetivos e, no meu caso, que eles sejam maratonas é muito importante porque ensina a saber fechar e abrir ciclos de treino.

No primeiro ano não o fiz e depois paguei bem caro, porque entrei rapidamente em subrendimento e porque as dores tomaram conta do meu treino. Mais curioso ainda é o facto de elas só surgirem umas boas semanas após a competição, não é logo no dia seguinte.

Embora tivesse feito a de Aveiro numa forma mais deficitária face à do Porto em 2018, fiz o fecho do ciclo na primeira semana de maio. Contudo, quando falo em encerrar ciclos não quero dizer ficar de papo para o ar. Isso pode (e deve) ser feito nos dois dias seguintes, mas depois é necessário ajudar o corpo a recuperar. Como? Caminhando sem abusar, fazer reforço muscular e ingerir alimentos antioxidantes e repletos de vitaminas. Só assim se consegue recomeçar bem.

Em bom rigor, deveria fazer um desmame maior. Os profissionais fazem desmames de corrida na ordem das três semanas, por se estimar que só ao fim desse tempo o corpo apaga a memória muscular e regenera por completo. Isso não consigo, porque preciso do desporto para o meu equilíbrio mental, também no que à regulação do peso (mesmo não tendo uma alimentação desregrada). Ou seja, no meu caso, fico uma semana sem correr, embora não deixe de recuperar ativamente. Acreditem que depois tudo fica melhor. 

Terminada uma maratona, é tempo de preparar a seguinte, pelo menos, para mim, pelo que depois é necessário integrar faseadamente exercícios com maior carga.

No vosso caso, fazem algum tipo de desmame de exercício? Em que alturas e de que tipo?

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27
Nov19

E se não chegar lá?


João Silva

Penso nesta pergunta muitas vezes e, desde há pouco tempo a esta parte, acabo sempre com a mesma resposta: se acontecer não chegar onde quero, tenho bom remédio, tentar outra vez.

Não se trata da definição de tempos, até porque já aconteceu não chegar onde queria e não me restou outro remédio que não "engolir em seco", procurar as razões em mim e, como dizem os alemães, "Mund abputzen und weiter geht es" (limpar a boca e siga). Porque não serve de nada remoer no que quer que seja.

Além disso, há um aspeto que me parece relevante: não sendo profissional, não há a pressão de dinheiro, patrocinadores ou resultados. Porém, falo por mim, há a pressão pessoal. Não se trata de levar tudo demasiado a sério, mas sim de querer evoluir, de querer mais do corpo porque sinto que ele pode dar mais, de manter uma disciplina que ajuda em tudo na vida pessoal e de desafiar os meus limites. E, claro está, os resultados são um indicador disso, mas não passam de um elemento  considerar, não podem determinar por completo se valeu ou não a pena.

Portanto, a resposta mais lógica à pergunta do título é: tentar novamente, persistir sem obstinação, mas com razão, sempre com uma análise equilibrada. Para isso, é importante conhecer o corpo e admitir os erros.

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Nos últimos meses dei por mim a "confessar" mais vezes que não dava, que cometi este ou aquele erro e isso dói porque são falhas cometidas, mas o tempo ajuda a perceber que identificá-las é uma forma de as suprimir e superar.

Nunca aconteceu ter de desistir de uma prova, bem como nunca fui assolado por uma lesão impeditiva. Como ando no limbo físico muitas vezes, certamente que serei afetado e depois terei de saber lidar com isso. De que forma? Ativa, procurando formas de ajudar o corpo, mesmo que seja apenas com descanso e tentar não cometer os mesmos erros. Mas, a meu ver, não há outra forma, o caminho é apenas um: insistir e persistir. 

Como veem a causa?

26
Nov19

O mesmo copo cheio e vazio


João Silva

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Na minha opinião, todos acabamos por ter uma certa dicotomia na forma como analisamos aquilo que nos rodeia.

É bastante comum algo que valorizámos com 20 passar a motivo de rejeição aos 35 anos.

No entanto, a racionalidade exige ponderação da nossa parte, o que nem sempre se verifica, seja porque demos asas à nossa impaciência, seja por interesse ou mesmo por motivos de stress.

Faço isto constantemente: analisar seja os meus resultados evolutivos (forma e não números, embora também olhe para eles), seja o meu comportanto, seja o meu corpo, as minhas atitudes.

Às vezes parece uma censura, mas acaba por ser uma forma de andar com a rédea curta e de me manter disciplinado, claro que isso conduz a muitos episódios de "explosão" e a momentos em que tenho de fechar os olhos para poder saborear um pouco a vida.

E porque refiro isso?

Porque no arranque de setembro vi um pouco o outro lado da moeda. 

Passo a explicar: aquilo que em julho e agosto considerei correto, adequado e bom em termos pessoais, alimentares e desportivos foi colocado em causa naquela semana. Fiz alguma coisa de diferente? Não, rigorosamente nada, "limitei-me" a trabalhar de forma disciplinada e a manter tudo como estava. Então o que mudou? A minha cabeça. E porquê? Porque nessa semana passei por alguns episódios de muito stress (também imposto por mim) e por vários momentos de angústia e ansiedade devido a acontecimentos na minha vida privada. 

E quando assim é, lá vem o meu cérebro tentar sabotar-me. É, na verdade, algo que já noto há imensos anos e que, a espaços, vou conseguindo desligar, mas que tem sempre forma de passar em momentos mais vulneráveis. Acredito que tem razões familiares por causa da infância e da adolescência que vivi. Talvez por essa razão seja tão persistente, porque é algo que está incrustado e impregnado em mim. 

Estamos em vésperas de alguma coisa boa, seja prova ou momento da minha vida? Lá vem o dito cérebro chatear-me e deixar-me inseguro e a colocar tudo em causa. Embora nem sempre o valorize como deveria, mas é aqui que a ação da minha esposa é muito importante, já que a sua visão das coisas e a sua racionalidade me obrigam a ver o ângulo oposto àquele onde me encontro.

E pronto, no caso, não baixei o empenho nem a acutilância dos treinos nem da alimentação, mas, não só pelos episódios pessoais, estávamos na semana anterior à primeira prova do segundo semestre, mais de dois meses depois da última, pelo que houve uma tentativa de "autosabotagem".

Mas tudo se aprende e hoje lido bem melhor com isso do que há 10 anos.

Em termos desportivos, diz-se muitas vezes que a cabeça é o mais importante (ou perto disso). Junto-me a essas vozes, por experiência pessoal, porque a linha entre o bom desempenho e o mau está muitas vezes na forma como a nossa cabeça se encontra naquele momento. E aqui tenho de fazer um desvio para criticar comentadores desportivos (só de futebol, para ser verdadeiro) que insistem em falar do que não percebem ou dominam, prejudicando assim a forma como os atletas se encontram em determinada altura.

Como dizia a Nala há uns meses no seu blogue, olhamos para nós e esquecemo-nos daquilo que os outros passam, o que não é de todo positivo.

Vocês também praticam a "autosabotagem" ou não têm esse problema? 

 

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25
Nov19

Outubro, o mês do alívio


João Silva

Tal como previsto, a "maluqueira" que tinha no corpo só podia durar até finais de setembro, pois o mês de outubro obrigava-me a baixar a intensidade dos treinos. 

A maratona já estava à porta, pelo que quis baixar a carga. O corpo precisa de tempo para regenerar e o objetivo era estar bem para dia 03 de novembro.

Além disso, as mudanças neste mês, com o adiamento da meia maratona de Leiria para o dia 13 de outubro, também apresentavam desafios de sobra.

Fiquei com duas meias maratonas muito seguidas, apenas com uma semana de intervalo, e queria fazer bons resultados. Assumo-o perfeitamente: estava à procura de baixar o meu recorde pessoal. E consegui.

Portanto, e como era suposto e também saudável, o número de quilómetros baixou em outubro (em comparação com julho, agosto e setembro) e também os treinos de reforço foram menos intensos, embora, em abono da verdade, como se pode ver abaixo, não tenha havido um decréscimo significativo em quilómetros. Mas caramba, nunca me senti assim tão bem.

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Estratégias, cada um com a sua, mas todas viáveis desde que saudáveis.

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24
Nov19

Um ano depois, mais fã da laranja


João Silva

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Entrei para esta família na segunda metade de outubro de 2018. A minha primeira prova já como membro "oficial" da ARCD Venda da Luísa foi precisamente a minha primeira maratona, a 03 de novembro de 2018.

Já passou bem mais de um ano...e continuo nesta equipa. Sabem aquela sensação de estarmos felizes e bem num espaço, de nos sentirmos acolhidos? É assim que me sinto e, portanto, não há muito que inventar. Se estamos num sítio e num grupo que nos faz feliz e onde se valorizam as relações humanas, deixamo-nos estar. Pelo menos, eu vejo as coisas assim.

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Já falei tanta vez da equipa que este texto serve como mera formalidade do momento.

Por respeito, não me parece pertinente destacar uns elementos a outros. 

Como já disse, há sempre uma afinidade maior com uns do que com outros, pelo que é perfeitamente normal.

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Em tão pouco tempo, foram muitos os bons momentos e as "sessões" de aprendizagem. As histórias e as vivências pessoais são incomensuráveis. É suposto que assim seja, mas nem sempre é assim, claro.

No início, da minha parte, senti necessidade de mostrar o meu valor, que não era "mais um", também porque não participo no mesmo tipo de provas da maioria dos atletas. Quando se chega a um "público" tão grande, é normal que demoremos a conquistar o nosso espaço. Para mim, em tudo na vida, não se trata apenas de estar ali a fazer número.

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E no seio desta "turma" nunca senti isso, mas, ainda assim, cometi alguns abusos em termos de treino porque queria que vissem o quão empenhado era no desporto.

Acredito que todos desempenhamos um papel e julgo ter vindo a descobrir o meu no seio grupo. Sem falsas modéstias.

É impagável a sensação quando alguém nos pede a opinião sobre treinos ou aspetos gerais de corrida.

Já nem falo no imenso prazer que sinto em treinar com alguns colegas da ARCD.  Espero que o sintam na mesma proporção do que eu.

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Da minha parte, sinto-me grato por todo o convívio e pela simpatia que tenho merecido por parte dos atletas e dos diretores.

Só posso desejar que estes momentos se repitam por muitos e bons anos.

Resta-me fazer pelos novos elementos aquilo que os outros fizeram por mim aquando da entrada na equipa.

A terminar, aproveito para desejar um excelente final de temporada/ano civil a todos os meus colegas e, já agora, a todos os outros atletas e conhecidos das mais variadas equipas e mesmo àqueles que não têm qualquer equipa. 

A terminar, mais algumas fotos da convivência laranjinha.

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23
Nov19

E se...


João Silva

Evolução km treino 06.09, 12 km, quase progressi

Esta imagem foi capturada no final do meu treino de dia 06 de setembro. Já estava em fase de preparação para a Eco meia maratona de Coimbra, que se realizou no dia 08. Ou seja, dali a dois dias.

O objetivo não é mostrar qualquer treino progressivo, embora se possam dali retirar alguns indicadores nesse sentido, mas sim provar o meu ponto. Que é o seguinte: tenho dificuldades em abrandar e em puxar um travão. 

Assim, na semana de preparação para a prova, não devia ter feito tanto nem ter puxado tanto pelo corpo, porque as energias ficam na reserva e não é o que se pede na antecâmara de uma competição.

Isto prova duas coisas: a primeira é que de facto os treinos para mim são tão importantes quanto as provas, a segunda é que, na realidade, ainda não atingi o nível de maturidade exigível para alguém que não se vê apenas como um corredor ocasional, mas sim como um atleta, ainda que amador.

Como ponto suplementar em tudo isto, aquela semana foi muito dura, não só por ter sido a ressaca do treino de 38 km que fizera no sábado anterior, mas por ter decidido fazer treino de reforço nos glúteos e nas pernas na terça-feira. De segunda a sexta, percorri 61 km, o que é indesejável para atacar uma prova. Ela faz-se, mas uma coisa é "picar o ponto", outra é fazer um brilharete.

E esse, meus amigos, é o mote para o título deste texto: e se? E se um dia eu fizesse as coisas como é suposto e desse descanso ao corpo? Será que conseguia resultados mais interessantes? 

Aquele quilómetro percorrido a 04'03 (ver imagem) é a prova de que sim, de certeza que conseguiria, mas não me vejo a "viver" apenas para um dia de prova, exceção feita às maratonas. Considero tudo o resto como um processo evolutivo global e não fragmentado. Além disso, por causa do peso e da forma, a minha consciência não me deixa abrandar. Olhando apenas pela razão, sei que tenho cuidados e que não era um abrandamento que me faria engordar ou perder forma. Porém, arranjo sempre formas de me minar e depois fico a pensar incessantemente nisso.

E desse lado, há algum "e se" que gostassem de mudar? Por que será que isso não acontece?

 

22
Nov19

A última 4 estações do ano em imagens


João Silva

Já é um habitué, depois de uma prova, nada melhor do que recordar os bons momentos, aquelas imagens que valem sempre a pena e que nos fazem querer voltar a uma prova.

No fundo, é uma espécie de "alerta" para o que perderemos no ano seguinte, se não formos àquela prova.

Gostei muito de alguns reencontros, em especial, com a mui caríssima Lígia, que belos dedos de conversa sobre as suas gloriosas aventuras na maratona de Chicago. 

Além disso, claro, belas sessões de palheta intermináveis com muitos colegas da Venda, destacando aqui o André Santos, o João Nobre e o Sandro. Já merece uma tardada na conversa com este pessoal.

No fim, não deu para ficar no almoço, há outros valores que se levantam nesta fase, mas posso garantir que a "coisa" vale mesmo muito pelas belas conversas.

Por agora, sejamos parcos nas palavras e passemos tempo de qualidade a ver as belas imagens do passado domingo.

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21
Nov19

O melhor percurso 4 estações de sempre


João Silva

Que belo percurso e que bela forma de provar que é possível transformar um percurso "limitado" em algo mais abrangente, mais exigente e desafiante. 

Surpreendeu-me muito mais do que estaria à espera, até porque, sendo honesto, achava que o conhecia e não. Ou melhor: conhecia as estradas porque treino por lá, mas não o percurso naquela forma.

Extensível ao Sebal Pequeno mas também a Anobra e ao Casal da Légua, este percurso ganhou dureza por causa das subidas, que foram muito intensas: a primeira, na zona industrial da Venda, foi logo uma espécie de sneek peek para a última, já na ligação de Anobra a Palhagões. Foram durinhas, mas adorei. Deu-me novas ideias para treinos e ganhou um fã incondicional deste percurso.

Na verdade, toda a estruturação do percurso, desde logo, pelo aumento de 2 km face a 2018, fez da prova uma "mais-valia" para a promover junto de outras entidades. Sem dúvida, um chamariz. Pois recria em estrada uma espécie de trail urbano, um aspeto cada vez mais em voga para os amantes de corridas com maior grau de aventura.

Seja como for, o percurso de 2019 mereceu a minha total aprovação. Sua-se a sério e, mais uma vez, somos obrigados a uma bela superação. Muitos parabéns à organização e oxalá não mudem a configuração para 2020.

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20
Nov19

Bem organizados com uma ou outra observação


João Silva

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Como já conheço muito bem esta organização e, na verdade como já a analisei noutras provas, não há muito mais a dizer, porque, em abono da verdade, o padrão foi o mesmo, tirando um ou outro aspeto em que só agora reparei.

A continuidade, neste caso, foi uma boa conselheira. O percurso era novo e essa alteração foi previamente informada, bem como horas e locais de estacionamento, pelo que ninguém se deve poder queixar de falta de informação a esse nível. A propósito dessa mudança, os meus parabéns. Foi a melhor prova de sempre.

Assistência e abastecimentos devidamente identificados e também previamente comunicados na newsletter enviada, embora, sobretudo no final, estivesse à espera de uma oferta maior, até mesmo pelo padrão. No pavilhão, estavam laranjas cortadas em quartos, pequenas barras da Prozis às metades, garrafas de água e o que me pareceu ser isotónico.

Adorei a camisola escolhida, um tom azul escuro com uns traços laranjas mesmo a lembrar o outono e as cores da Venda da Luísa. Confesso que não gostei tanto do padrão estampado na camisola por ser demasiado simplista, mas até aqui não houve quaisquer alterações em relação às etapas anteriores.

No fim, a medalha que faltava para completar o circuito de 2019 e já lá vão três ciclos destas provas desde 2017, embora, a este propósito, reconheça sem problemas que não gosto dos efeitos das medalhas deste ano. As de 2018 eram muito mais bonitas.

Ficam apenas dois desabafos: percebo perfeitamente a estratégia comercial de se colocar o levantamento dos dorsais dentro da zona de vendas do Intermarché, mas confesso que um ambiente mais sossegado seria mais agradável.

Além disso, fiz questão de o referir no final da prova: o meu dorsal tinha o número 455 e o meu chip era o 454. Com outra organização, teria ficado desconfiado. Como ali me garantiram que estava tudo em conformidade, confiei plenamente, porque são boa gente.

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