E de bem perto a vi...outra vez
João Silva
Curiosamente, um ano volvido desde a primeira vez, voltei a sentir o sabor amargo da parede.
É este o nome dado ao fenómeno de escassez de oxigénio em que o corpo mergulha, normalmente, após os 30 km de uma maratona e onde o organismo entra em conflito para desviar aquilo que nos mantém vivo do cérebro para os músculos.
Nesta altura, é comum surgirem as ideias de desistência, a fraqueza física e a incapacidade para raciocinar. Pode demorar alguns quilómetros (passamos a demorar o fim do mundo para percorrer 200 m, por exemplo) ou pode deixar-nos absolutamente K.O.
No meu caso de sábado passado, foi difícil sair da espiral negativa, mesmo sabendo que estava a entrar nela. Percebi isso, mas não consegui reagir bem.
Regra geral, surge a partir dos 30 km, desta vez, aos 27 já deu sinal.
Não gosto de repetir a história, ainda para mais, quando é negativa, mas, tal como no ano passado, acredito que vai ser o arranque para uma excelente prestação na maratona do Porto em novembro.