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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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Jul19

Resultadistas puros ou apaixonados pela arte?


João Silva

 

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Trata-se de uma dúvida que me assola muitas vezes.

Nesse sentido, vou expô-la aqui para me possam ajudar. Conto, portanto, com a vossa participação e opinião.

Seja neste ou noutro desporto qualquer, no vosso entender, o que conta mais: ser uma pessoa "fria" e pragmática, olhando apenas para os resultados e definindo assim o sucesso ou insucesso da sua carreira (amadora ou não) ou ser alguém com uma grande dedicação à execução e ao desporto mas com resultados menos bons?

Não me interpretem mal, é possível ter um pouco de cada. Contudo, ao lidar com determinadas pessoas ligadas ao desporto que pratico, percebo que o que as motiva é o tempo e não o processo.

Posso perfeitamente falar do meu caso: em 2018 tive os meus melhores resultados, os tempos foram caindo gradualmente (à exceção da última corrida do ano), mas eu ficava frustrado de cada vez que não baixava um tempo, mesmo que por milésimos de segundo. Não desfrutava. Em 2019, até à data, estou a ter o pior ano como atleta em termos de tempos mas estou a desfrutar de cada pessoa que (re)encontro e de cada corrida que faço. 

Então, pela lógica de muitos, em 2018 era um "bom" atleta e em 2019 sou "fraco"? 

Pois, uma coisa é certa: há sempre um combustível para o que fazemos. Naturalmente que os bons tempos são sempre desafios aliciantes e um elemento motivado perfeitamente legítimo. Porém, quando não saem isso é motivo para colocar tudo em causa e o desportista que era bom passou a mau? Para mim, não, de todo mesmo.

No virar do ano, percebi que os abusos que fiz do corpo iam ser pagos em 2019. E têm sido, com direito a extra na cobrança.

Por outro lado, continuo a treinar com o mesmo afinco e expor-me a grandes cargas. E a mudança e respetiva explicação para a quebra nos resultados está precisamente aí: não perdi valor, percebi que o que me motivava eram os quilómetros e não os tempos, o desporto em si e não as provas em específico. Com isso, descurei dias de descanso e ignorei sinais do corpo. Uma vez mais, a fatura paga-se e as pequenas lesões aparecem com uma frequência enorme. 

No entanto, discordo completamente de que só se é um vencedor quando se "ganha" (relativizando sempre esse ganhar em cada caso ou desporto).

Para reforçar a minha tese, falo do exemplo que me é mais caro no mundo do desporto na atualidade: José Mourinho vs Jürgen Klopp. 

Um ganha que se farta mas joga pessimamente (e atenção, fui um enorme fã dele no FC Porto, no Chelsea FC e no Internazionale), o outro joga muito, cuida um estilo muito vistoso, mas chega a muitas finais e perde. À sua maneira, ambos são monstros de motivação, o que só prova que os dois modelos (resultadista vs persistente) são compatíveis, mas um ganha e outro não.

Pois bem, confesso que me identifico mais com o segundo caso que expus: mesmo perdendo, o que é sempre uma frustração, a gestão da derrota e a capacidade de reinvenção e de resistência está lá, o que significa que é um campeão, que é um vencedor. E isso tem um extra: quando a vitória efetiva chegar, a realização será muito maior.

Seja em que desporto for, às vezes sinto que mais vale morrer a tentar chegar lá do que chegar lá imediatamente e "morrer". Não interessa ganhar a todo o custo, por isso, prefiro o processo, que é moroso e exige persistência.

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