Faça chuva ou faça sol?
João Silva
Há corredores para todos os gostos, bem sei.
Há os que preferem de manhã, o que privilegiam a noite, os que gostam do frio ou os que abraçam o calor.
Além de tudo isso, há os que "morrem de amores" pela chuva e os que querem é solzinho do bom e do belo.
Contem lá, qual é o vosso "cenário" de treino preferido?
Pessoalmente, gosto de correr com um tempo ligeiramente fresquinho, daí também preferir manhãs, mas sem gelo, como muitas vezes apanhei no outono e no inverno (e mesmo agora na primavera). Junta-se uma pitada de solzinho sem aquele calor abrasador e está o dia perfeito para um treino à maneira.
Sinceramente, nesses dias, em que nem as nuvens se atrevem a estragar a beleza do céu, encontro o cenário perfeito. Se possível, sem calor em excesso. No passado mês de agosto de 2018, na semana em que as temperaturas atingiram os 40 graus, cometi o erro de ir treinar bem cedo e sente-se que o ar fica muito mais pesado e que facilmente ficamos desidratado.
Mas não gosto só de correr com sol e tempo ameno.
Há determinados dias em que ser acompanhado por uma chuva e por um céu mais cinzento é muito agradável.
Gosto particularmente de uma bela chuva, mesmo de um dilúvio, quando faltam aproximadamente 10 minutos para acabar um treino. Não é sempre, porque depois as constipações e as gripes não perdoam.
Em provas, já apanhei muitas com alguma chuva, como o Trail de Soure em 2017, onde tive de correr sem óculos por causa disso e foi uma grande complicação:
Cerca de um ano depois, curiosamente, também na primavera, passei por aquele que foi o trail mais adverso, não só pela chuva como pelo facto de estarmos numa serra que tinha ardido em 2017 e por estar repleta de cinzas, que, juntamente com a água vinda dos céus, formava uma lama que complicou e muito a vida aos corredores. Foi no trail de Alcabideque:
Não sou muito de trails, mas aquele ficou-me na memória por ter sido tão duro e tão bom.
Passo quase todas as semanas por aquele local nos meus treinos e lembro-me sempre de todas as aventuras daquele dia.
Em novembro 2018, fiz uma prova sob um belo dilúvio. Foi a maratona do Porto, mas foi tão saboroso, que não me importei minimamente de chegar completamente encharcado. Muito vento, chuva, um frio de rachar, mas um calor humano fantástico que fez esquecer tudo o resto.
No passado dia 07 de abril, em Ílhavo, passei por um dilúvio semelhante e por um frio que em nada se ficava atrás do de novembro. No entanto, talvez por o resultado não ter sido bom, não senti o mesmo prazer.