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O que não mata, engorda e transforma-te num maratonista

Em 2016 era obeso, hoje sou maratonista (6 oficiais e quase 20 meias-maratonas). A viagem segue agora com muita dedicação, meditação, foco e crença na partilha das histórias e do conhecimeto na corrida.

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23
Abr19

Um bom ouvido é sucesso garantido


João Silva

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A fase pós-maratona é tão importante como preparar a prova em si, por causa das consequências. Na verdade, até pode ser mais difícil, isto porque até à maratona, o cérebro produz serotonina e dopamina que nos tornam eufóricos e positivamente ansiosos e "leva-nos" até ao grande dia.

Mesmo após os treinos longos de preparação, o cérebro mantém o foco e, como sabe que o objetivo ainda não foi alcançado, não deixa que percamos a noção do que é importante em cada fase.

Pude comprovar isso mesmo na preparação para o Porto em 2018.

Sem falsas modéstias, antes da maratona, por tudo o que li e por tudo o que passei nos treinos, sabia o que ia encontar e como atuar face a cada adversidade, bem como quais os momentos ideais para me hidratar e para abrandar o ritmo e a cadência.

Em vez de dar descanso ao corpo e de baixar os níveis, fiz o inverso. Por isso e por ainda hoje passar por uma fase de "desmame", reconheço que o período pós-maratona é tão importante quanto o pré.

Mais do que isso, é vital descansar. Como tinha cometido alguns deslizes na alimentação na semana antes da prova, achei que devia treinar sem parar. Nada mais errado. Isso e o facto de ter marcado provas sem destino e de ter organizado e realizado treinos duríssimos com muitas subidas, variações de ritmo e sprints.

Além do sofrimento psicológico, que é inevitável (falarei disso noutro capítulo), levei o meu próprio corpo a um ciclo de descompensação que resultou em perda de frescura, em princípios de lesões, em treinos durantes semanas com dores na anca esquerda e em perda de capacidade de resposta.

Algo que aprendi (também depois de ter lido sobre o assunto) foi que cada maratona é um ciclo fechado. Uma vez terminada, é necessário fazer "tábua rasa" e começar uma nova preparação para uma nova maratona. Ficam as experiências da anterior, mas a brutalidade por que passamos na prova origina mudanças no organismo e é preciso aceitá-las e lidar com as alterações. Abraçá-las. Demorei três meses a perceber isso.

Por último, os especialistas no ramo recomendam que o desmame seja feito logo após a maratona. Fazê-lo significa não correr durante quatro semanas, mas não ausência total de treino.

Para esta primeira maratona de 2019, tenho programada uma semana de desmame após a corrida: descanso, caminhada lenta e mais intensa, bicicleta e bicicleta estática, ioga (ajuda imenso na regeneração) e corrida lenta.

Não conseguirei ficar mais do que uma semana sem correr, mas será diferente do que me aconteceu em novembro de 2018.

Igualmente útil é baixar expetativas entre períodos de maratonas, porque o corpo muda, e ainda aprender a usar provas mais pequenas (de 10 e 21 km) para rolar, para ganhar ritmo e não para competir ao mais alto nível. Fiz isso entre novembro e dezembro e paguei muito caro.

23
Abr19

Nesta maratona quero...


João Silva

Para a próxima maratona, os meus grandes objetivos já estão devidamente definidos: terminar lúcido e capaz de usufruir de cada segundo da prova, no fundo, concluir "vivo", "consciente" e com saúde; fazer o percurso todo a correr como aconteceu em todos os treinos e na maratona do Porto; fazer, pelo menos, 4 horas.

Por último nesta hieraquia: se o corpo deixar, o percurso e o ambiente proporcionarem (como no Porto), ficar abaixo de 3h45.

Contudo, genuinamente, o tempo é o que menos me importa. Apesar de ter feito 3h33m na maratona do Porto em Novembro, tive de perceber que o meu corpo não está nesse nível e o feedback que me dá agora é o de que preciso de ir a um ritmo mais baixo para controlar o meu esforço (e o desgaste). Não sinto a pressão daquele tempo do Porto porque sei que fui “levado ao colo” pela adrenalina e pela euforia da população. Portanto, só havendo algo semelhante em Aveiro poderei pensar em  fazer um tempo semelhante, mas terá de ser o próprio dia a dar-me essas indicações.

Algo que também aprendi com este desporto e com pessoas mais velhas e mais experientes do que eu foi a saber jogar com expetativas baixas. Isso retira pressão e permite trabalhar mais à vontade. Tudo acaba por ser visto como ganho, nem que seja de experiência. Não acredito em vitórias morais, mas, por ter consciência de que poderei passar por várias noites de ansiedade caso eleve as expetativas, prefiro olhar para “objetivos mínimos essenciais”.

Não sou o típico corredor de estrada que gosta de fazer tudo com velocidade e de bater tempos em pisos planos. Adoro dificuldades, prefiro subidas a terrenos planos e procuro ir sempre “onde dói”. A resistência é o meu grande trunfo e, por essa razão, centro os meus objetivos no meu estado mental e nas grandes distâncias a percorrer.

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23
Abr19

Faz aí um meio termo na carga


João Silva

Já falei neste tipo de treinos anteriormente, pelo que vou sintetizar a informção.

Por norma, os períodos de treinos são compostos por blocos de quatro semanas. Ao fim deste período, devem ser efetuadas mudanças, para aumentar ou diminuir a frequência, a tipologia e a intensidade em função das necessidades. Além disso, é uma forma de dar um novo estímulo ao corpo.

Os mesotreinos são, no fundo, blocos semanais intermédios de treinos que servem o propósito de ligar a fase de maior carga com a fase pré-prova, neste caso, pré-maratona.

Se a primeira fase deve ser muito intensa e privilegiar um grande volume de treinos, a segunda fase (mesotreinos) terá de ser mais aliviada, com treinos menos intensos e mesmo com um menor volume. Porém, como não é a fase imediatamente anterior à maratona, deve contemplar alguns treinos mais longos, a rondar as 02h00 ou 01h30 e não significa descurar subidas ou rampas ou treinos de velocidade, mas, em vez disso, realizá-los de forma menos frequente. Igualmente importante nesses mesotreinos é o descanso que deve ser dado ao organismo.

No meu caso concreto, em 2018, os meus mesotreinos começaram após o meu último “longão”, em setembro, e prolongaram-se até ao início de outubro, altura em que comecei a fase final com treinos muito mais leves e sem sessões muito longas.

Em 2019, como só acabei os meus “longões” a 09 de março, os mesotreinos entraram no dia 11 e prolongaram-se até ao início de abril.

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