1, 2, 3, uma entrevista de cada vez
João Silva
Para aproveitar este belo mês de verão, deixo-vos mais um "episódio" desta rubrica fixa de entrevistas para vos dar a conhecer mais atletas e a sua realidade.
Como a fonte é inesgotável bem perto de mim, trago-vos mais um elemento da minha equipa, a ARCD Venda da Luísa.
No entanto, não é esse o fator determinante para vos trazer aqui a história do Rui Monteiro. Existem outros, na verdade. Desde logo, porque o Rui transpira sociabilidade. É talvez o elemento mais extrovertido, comunicativo e divertido da equipa, não desfazendo de ninguém. Procura sempre gerar bom ambiente, brincadeira e é um facilitador de integrações.
Na prática, conheci-o pessoalmente por intermédio do Zé Carlos, mas não deixa de ser curioso que foi ele a primeira pessoa a "indicar-me" boleia para a minha primeira prova como laranjinha.
No entanto, o Rui não se resume apenas a boa disposição. Vejo nele um grande poder de integração e um elemento congregador, características sempre muito importantes no seio de uma equipa com tantos elementos.
Apesar de, na minha opinião, nem sempre transparecer isso, este rapaz tem um potencial enorme. A meu ver, precisa de o aplicar, mas a paixão que revela por este desporto e por um bom convívio já são meio caminho andado.
Mais do que ser eu a descrevê-lo, devem ser vocês a ter uma noção vossa da boa pessoa que é.
Fiquem, pois, com o Rui Monteiro.
- Nome
Rui Monteiro
- Idade
29 anos
- Equipa
ARCD Venda da Luísa
- Praticante de atletismo desde
Não sei precisar, mas para aí desde 2015
- Modalidade de atletismo preferida
Corrida a pé no monte (o chamado trail)
- Prefere curtas ou longas distâncias
Gosto de tudo, mas prefiro longas/ultras.
- Na atual equipa desde
Desde 2016.
- Volume de treinos por semana
Treino 6/7 dias por semana, depende daquilo para que me estou a preparar.
- Importância dos treinos
Os treinos são a base de tudo, sem eles não há nada, pelo menos em distâncias longas/ultras/endurance.
- Se tem ou não treinador
Não tem treinador.
- Diferenças existentes entre o atletismo passado e atual
Para além de muito mais gente, acho que há coisas boas e menos boas. As boas são que há mais gente, existe espírito de entreajuda entre praticamente todos, os eventos tornam se melhores e com maior importância, muita gente quer superar-se a si própria e isso pode levar a coisas menos boas, já que "saltam" etapas sobretudo de distâncias. Ou seja, a meu ver, tem de se ir progredindo, um passo de cada vez, correndo o risco de, para além de não gostar, ainda acartar lesões que podem colocar em causa a continuação da atividade física.
- Histórias insólitas, curiosas ou inéditas
Existem algumas, mas uma que me marcou foi logo na primeira prova que fiz, no Trail de S. Martinho na Ega em 2016, em que numa descida bastante acentuada passou um atleta por mim e caiu uns metros minha frente de forma muito violenta que lhe abriu a cabeça, quando cheguei ao pé dele estava a revirar os olhos, foi algo que me marcou muito. Outra foi nos 65km da Serra da Freita em 2019, ia com um grupo de amigos, chegamos a uma aldeia, estávamos todos a falar numa "uma cerveja agora é que era" a primeira pessoa que vimos a sair de uma casa, onde eu pergunto se havia um café aberto, na qual o senhor responde "sou dono de um, e vou abri-lo agora, é ja ali em cima" chegamos na hora H hehehe.
- Aventura marcante
Sem dúvida, os 100 km de Abrantes. Primeira ultra de 3 dígitos, até agora foi a que mais me marcou sem dúvida.
- Participação em prova mais longa
100 km de Abrantes.
- Objetivos pessoais futuros
Existem alguns, desde um que foi cancelado (o objetivo seria fazer os 146 km da Ultra Maratona Caminhos do Tejo), a outros que ainda estão no segredo dos Deuses (sorrisos).
- Como vê o atletismo daqui a 5 anos
Acho que muitos recordes vão ser batidos, algumas coisas vão mudar para melhor, alguns eventos vão acabar, ficando apenas os "bons".
- Como se vê no atletismo daqui a 5 anos
Vejo-me melhor do que estou hoje fisicamente (assim espero).
Deixo-vos este extra - a descrição das fotos na "voz" do próprio:
Foto 1- Ultra trail dos Abutres 2020 55 km
Foto 2- 100km Abrantes 2019 - Aqui cerca de 65 km, antes de levar com a marreta
Foto 3- Trail encosta do Mondego 2019 25 km - Cansado no final da prova, pois no dia antes tinha estado no Marão a ajudar o amigo Fantástico a fazer o everesting
Foto 4- Sico 2020 57 km - Primeira ultra da Jéssica, que tive muito orgulho de acompanhar de inicio ao fim, fica na memória
Foto 5- Oh Meu Deus 2017 40 km - Primeira prova longa, não foi ultra, mas era dura
Foto 6- Mondego Ultra Trail 2019 22 km - Prova onde fui de vassoura